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Preços agrícolas pressionam inflação

As cotações agrícolas, que nos últimos anos colaboraram para evitar disparadas inflacionárias no mercado doméstico, deverão exercer considerável influência sobre a alta dos preços ao consumidor no acumulado de 2004, de acordo com análise realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

“Geralmente, o grupo alimentos, que inclui os produtos agrícolas, ficam abaixo da média da inflação. Este ano, o segmento voltou a subir, recuperando parte das perdas de anos anteriores”, diz o coordenador da pesquisa do Índice de Preços do Consumidor (IPC) da Fipe, Paulo Picchetti.

Ele observa que a alta dos alimentos é recente e que, nos últimos 12 meses, o grupo acumula aumento de 1,19%, enquanto o IPC atinge 5,56%. A valorização dos alimentos abaixo da média de inflação foi quase uma constante nesses dez anos de Plano Real. No acumulado desse período, os alimentos, no IPC, subiram 102%, ante alta geral de 142%. O grupo alimentos tem um peso de 22,7% no cálculo do índice.

A Fipe estima uma inflação próxima a 6% em 2004. O diretor do Instituto de Economia Agrícola (IEA), Nelson Batista Martin, estima que os preços agrícolas deverão registrar valorização igual ou superior a 6%. “Dentro de três meses, os preços agrícolas deverão bater o índice da Fipe, sustentados principalmente pela entressafra das carnes bovina e suína, que apresentam demanda firme nos mercados interno e externo”.

No primeiro semestre, o índice de preços recebidos (IPR) pelos produtores paulistas, calculado pelo IEA, fechou em alta de 1,8%, enquanto o IPC deve ter registrado um incremento de 2,64%, conforme adiantou a Fipe.

O diretor do IEA observa que, os preços agrícolas normalmente têm variação pequena ou negativa no primeiro semestre. Mas a quebra de safra e a alta das commodities no mercado internacional deram sustentação aos preços, chegando a um resultado atípico para o período.

Para julho, o IEA estima nova alta, em função da entressafra na pecuária e na produção de grãos e aos riscos de geada. Em junho, o IPR fechou em alta de 2,27%, a maior desde agosto de 2003, enquanto o IPC fechou próximo a 0,8%, segundo a Fipe.

Fonte: Valor (Cibelle Bouças), adaptado por Equipe BeefPoint

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