Perdas com aftosa chegam a US$ 400 milhões na Argentina
9 de agosto de 2001
Aprovado fundo de US$ 45 milhões para setor de carnes nos EUA
13 de agosto de 2001

Preços da arroba do boi permanecem estáveis em MG

Os preços da arroba do boi têm apresentado estabilidade e, praticamente, equiparado-se nos períodos de safra e entressafra no Estado de Minas Gerais. O preço da arroba do boi gordo praticado em maio deste ano foi de R$ 39, contra R$ 41 em agosto – período em que, em geral, os valores praticados no mercado agropecuário registram variações mais acentuadas.

Segundo especialistas do setor, devido ao emprego mais intenso de técnicas de confinamento e de semiconfinamento do gado, no período de entressafra – que provoca, tanto a redução do tempo de espera para o abate, como a alteração dos meses considerados de pico de preços – a curva de oscilação de preços tem se tornado mais suave.

Geralmente os preços da arroba registram aumento na primeira quinzena de junho – a safra do boi compreende os meses de fevereiro a junho. Os meses de entressafra concentram-se entre agosto e novembro e os períodos de pico de preços acontecem em outubro. Segundo o zootecnista Carlos Humberto Cruvinel Cantuária, proprietário da Raça, empresa de Uberaba especializada em compra e venda no mercado de boi magro e gordo, o abate dos animais confinados na entressafra também tem sido antecipado. Embora tenha se mantido a estabilidade de preços na safra e entressafra, ao traçar um quadro comparativo dos valores históricos da arroba em dólar, Cruvinel avalia que a média de preços praticada hoje é desfavorável em relação ao cenário de cerca de seis anos atrás.

“A arroba na entressafra era vendida na média a US$ 20 e na safra a US$ 16, e os valores de pico eram ainda mais favoráveis. Hoje, embora os pecuaristas acreditem que no pico da entressafra a arroba do boi em Minas poderá chegar a R$ 50, avalio que não excederá R$ 44.” Segundo ele, as expectativas de alta poderão não se cumprir porque o consumo interno de bovinos está estagnado.

O boi é confinado no período de entressafra – em que há redução de pastagens – para adquirir peso por meio de alimentação balanceada e ração produzida como de silagem, feno e concentrados. No caso do semiconfinamento o gado é mantido alimentando-se das pastagens secas, recebendo também a suplementação em rações. Os custos para se alimentar uma cabeça de gado em confinamento somam R$ 40 por mês. Em média, o custo para manutenção de um animal, no período de semiconfinamento, é de R$25 mensais por cabeça.

Para Cruvinel , a combinação de metodologias de confinamento e semiconfinamento, nos períodos de entressafra, e evoluções observadas nos estudos de genética de bovinos são os fatores que mais têm contribuído para a valorização dos animais no mercado de compra e venda de bovinos. “O que está acontecendo hoje é que cada vez mais os bovinos estão adquirindo precocemente o peso ideal para o abate e são liberados do confinamento mais cedo e, quando começa o período de chuvas, já há pouca oferta de animais nos cochos, o que antecipa também a alta dos preços”.

fonte: Gazeta Mercantil (por Virna Campos), adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.