Os preços da arroba do boi têm apresentado estabilidade e, praticamente, equiparado-se nos períodos de safra e entressafra no Estado de Minas Gerais. O preço da arroba do boi gordo praticado em maio deste ano foi de R$ 39, contra R$ 41 em agosto – período em que, em geral, os valores praticados no mercado agropecuário registram variações mais acentuadas.
Segundo especialistas do setor, devido ao emprego mais intenso de técnicas de confinamento e de semiconfinamento do gado, no período de entressafra – que provoca, tanto a redução do tempo de espera para o abate, como a alteração dos meses considerados de pico de preços – a curva de oscilação de preços tem se tornado mais suave.
Geralmente os preços da arroba registram aumento na primeira quinzena de junho – a safra do boi compreende os meses de fevereiro a junho. Os meses de entressafra concentram-se entre agosto e novembro e os períodos de pico de preços acontecem em outubro. Segundo o zootecnista Carlos Humberto Cruvinel Cantuária, proprietário da Raça, empresa de Uberaba especializada em compra e venda no mercado de boi magro e gordo, o abate dos animais confinados na entressafra também tem sido antecipado. Embora tenha se mantido a estabilidade de preços na safra e entressafra, ao traçar um quadro comparativo dos valores históricos da arroba em dólar, Cruvinel avalia que a média de preços praticada hoje é desfavorável em relação ao cenário de cerca de seis anos atrás.
“A arroba na entressafra era vendida na média a US$ 20 e na safra a US$ 16, e os valores de pico eram ainda mais favoráveis. Hoje, embora os pecuaristas acreditem que no pico da entressafra a arroba do boi em Minas poderá chegar a R$ 50, avalio que não excederá R$ 44.” Segundo ele, as expectativas de alta poderão não se cumprir porque o consumo interno de bovinos está estagnado.
O boi é confinado no período de entressafra – em que há redução de pastagens – para adquirir peso por meio de alimentação balanceada e ração produzida como de silagem, feno e concentrados. No caso do semiconfinamento o gado é mantido alimentando-se das pastagens secas, recebendo também a suplementação em rações. Os custos para se alimentar uma cabeça de gado em confinamento somam R$ 40 por mês. Em média, o custo para manutenção de um animal, no período de semiconfinamento, é de R$25 mensais por cabeça.
Para Cruvinel , a combinação de metodologias de confinamento e semiconfinamento, nos períodos de entressafra, e evoluções observadas nos estudos de genética de bovinos são os fatores que mais têm contribuído para a valorização dos animais no mercado de compra e venda de bovinos. “O que está acontecendo hoje é que cada vez mais os bovinos estão adquirindo precocemente o peso ideal para o abate e são liberados do confinamento mais cedo e, quando começa o período de chuvas, já há pouca oferta de animais nos cochos, o que antecipa também a alta dos preços”.
fonte: Gazeta Mercantil (por Virna Campos), adaptado por Equipe BeefPoint