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Preços das carnes recuam no exterior

As exportações brasileiras de carnes em fevereiro voltaram a apresentar resultados positivos, com aumento em receita e em volume. O comportamento dos preços apurados na exportação, no entanto, deixa a desejar. Segundo a Secex, as vendas de carne de frango cresceram 19% em volume, para 108,7 mil toneladas. A alta da receita foi mais modesta: 2,4%, para US$ 100,7 milhões. O preço médio apurado caiu 14,45%, para US$ 926 por tonelada.

O preço médio da carne suína teve queda semelhante, para US$ 1.175/tonelada. Os volumes embarcados em fevereiro tiveram alta de 160%, somando 30,5 mil toneladas e a receita cresceu 122%, para US$ 35,9 milhões.

No caso da carne bovina in natura, foram embarcados 28,6 mil toneladas em fevereiro (alta de 82%). A receita também cresceu 82%, para US$ 60 milhões. Já o preço médio teve ligeira queda, de 0,26%, para US$ 2.093/tonelada. A carne industrializada caiu 6,23%, para US$ 2.005/tonelada. Neste item os volumes e a receita somaram 11,5 mil toneladas e US$ 23,2 milhões, respectivamente.

O que explica parcialmente a queda dos preços do frango e do suíno nas exportações é a oferta excessiva, principalmente, por parte de empresas brasileiras. Para o suíno, a oferta excessiva na Rússia gerou uma queda de US$ 300 por tonelada do fim de 2001 até agora, segundo o vice-presidente da Aurora, Zezo Pedrozo. Hoje, a tonelada da meia-carcaça suína é negociada a US$ 950. “Há muita oferta do Brasil”, diz.

Para o presidente da Doux Frangosul, José Augusto Lima de Sá, a situação para os exportadores de carne suína é “delicada” porque hoje o Brasil está praticamente só na Rússia. “É complicado ter um monomercado”, diz.

Tanto para o frango quanto para o suíno, contribuiu para o aumento da oferta o bom desempenho das exportações em 2001. “A produção foi programada quando o dólar estava em R$ 2,70 e o custo de produção era baixo”, justifica Lima de Sá. “É mais fácil acelerar que colocar o pé no freio”.

A maior oferta também fez o preço do frango recuar na Europa. A cotação do peito, que chegou a US$ 2.400/tonelada, em meados de 2001, caiu para US$ 1.600, conforme fonte da indústria. A maior produção local e a retomada do consumo de carne bovina pressionam o frango, acrescenta.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Ênio Marques, avalia que os preços da carne bovina na exportação foram pressionados em fevereiro. Segundo ele, tais preços foram negociados quando o dólar estava em alta. Portanto, as indústrias estavam concedendo descontos aos importadores.

Fonte: Valor On Line (por Alda do Amaral Rocha), adaptado por Equipe BeefPoint

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