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Preços dos alimentos continuarão subindo no Brasil

Nem a supersafra de 140,7 milhões de toneladas de grãos que será colhida neste ano reduzirá a pressão de preços dos alimentos no bolso do consumidor. Previsões indicam reajustes de até 8% no custo dos alimentos em 2008, o que mantém a comida no pódio dos aumentos de preços.

Nem a supersafra de 140,7 milhões de toneladas de grãos que será colhida neste ano reduzirá a pressão de preços dos alimentos no bolso do consumidor. Previsões indicam reajustes de até 8% no custo dos alimentos em 2008, o que mantém a comida no pódio dos aumentos de preços.

Nos últimos 12 meses, os gastos com alimentação no país foram os que mais pressionaram o custo de vida: subiram 11,2% e responderam por mais da metade da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,7%.

“A inflação dificilmente cederá no segundo semestre por conta de todas as pressões de alimentos que surgiram nos últimos meses e devem continuar no curto prazo, principalmente de trigo e arroz, que têm impactos relevantes no IPCA”, afirmou o economista-chefe da MB Associados, Sergio Valle. Ele reviu para cima a estimativa para a inflação do ano, projetando que a alta dos preços dos bens não-duráveis será de 7,4%, e não 6%.

A LCA é outra consultoria que elevou o prognóstico para 2008, de 6% para algo entre 7% e 8%. “Provavelmente vamos revisar para cima a expectativa de IPCA para este ano, hoje de 4,3%, por causa dos alimentos e da gasolina”, disse o economista Raphael Castro.

Ele observa que, em 12 meses até março, os preços do pão francês e do arroz subiram 15,25% e 7,48%, respectivamente. Desde dezembro, os preços do trigo e do arroz subiram mais de 20% no mercado atacadista nacional, em razão da escassez mundial do grão.

Castro alerta para outro foco de pressão: a carne. Segundo ele, há projeções que apontam para R$ 90 o preço da arroba de boi gordo em setembro. Hoje a cotação varia entre R$ 74 e R$ 76.

As informações são de Márcia De Chiara, do jornal O Estado de S.Paulo.

0 Comments

  1. Mario José Monnerat Vianna disse:

    Caro Luiz Antônio,

    É claro que há muita especulação nessa formação de preços.

    Especulação dos produtores, que esperam que o preço suba mais para venderem mais caro. Especulação dos compradores, que esperam que o preço caia para comprarem mais barato. E a participação de especuladores financeiros, que buscam lucrar com essas variações de preços, e fornecem a liquidez necessária para que produtores e compradores possam planejar seus fluxos financeiros. A participação excessiva de especuladores financeiros provoca outros problemas e outras distorções, mas isso é outro assunto.

    Não há especulação financeira pura que sustente preço, nem alto, nem baixo. No caso dos produtos agropecuários, os preços são sustentados pelos fundamentos, formados pela oferta, pela demanda e pelos estoques. A tendência do preço é formada como uma função da tendência da oferta, da tendência da demanda, e da tendência dos estoques.

    A atual crise de preço dos alimentos é fruto de muitos fatores, entre eles o fato de que há mais pessoas se alimentando melhor no mundo, em função do crescimento econômico mundial dos últimos anos.

    Outros fatores de desequilíbrio são os estoques mundiais de alimentos exageradamente baixos e as distorções de preços causadas pelo protecionismo de muitos países, que mantiveram os preços dos alimentos baixos para controlar a inflação, e como resultado desestimularam o crescimento dessa mesma produção.

  2. Paulo Cesar Barbosa Vieira disse:

    Acho estranho todos virem culpar especulação de mercado e produtores pela culpa do aumento de preço dos produtos agropecuários, todos esquecem do principal motivo que é a alta exagerada dos insumos básicos em dezembro era fácil conseguir adubos para soja por 800 reais a tonelada hoje esta difícil conseguir por 1400 a tonelada do mesmo adubo.

    E o sal mineral de 27 reais ir para quase 60 de Dezembro para cá! Se retroagirmos mais ainda no tempo o aumento de custo de produção nos últimos 4 anos é assustador. Isso sem contar outros problemas que a agricultura vem passando, me lembro bem quando nosso ex-presidente Fernando Henrique destruiu os produtores de arroz importando arroz com preço abaixo do custo do produzido aqui. E agora nosso atual presidente doa para alguns índios uma grande área produtora de arroz em Roraima! Vocês acham que os índios iram produzir algo?

    Europeus ficam brigando com a questão de preços e estoques, mas um dos culpados são eles mesmos, vários países importam produtos subsidiados da Europa já que custam mais barato que os produzidos localmente, então para que produzir, os produtores não são instituições de caridade.

    Outra coisa interessante na questão dos adubos sempre que o dólar subia os mesmos subiam junto, ai quando o dólar começou a cair a respostas das empresas européias e americanas que fornecem foi “agora o preço se desvinculou do dólar”! Parece até piada, mas é verdade.

    Sem uma política agrícola seria em todo o mundo não consigo ver melhora a médio e longo prazo, com os custos subindo diariamente se os preços agropecuários diminuírem teremos uma verdadeira falência no campo!

  3. Vicente Romulo Carvalho disse:

    Alimento é coisa séria ou porque não dizer sagrada. Como é saldável e gratificante, voce como produtor mandar comida para alimentar a turma da zona urbana. Isto inclusive é a função social da terra.

    Quer coisa mais gratificante que voce caminhar dentro de uma lavoura, quer coisa mais linda que voce acordar pela manha e ver suas vacas com aqueles uberes cheios.

    Imagine como seria lindo e gratificante, voce receber um preço justo para seu produto. Isto é fácil, basta uma tributação justa, para que os preços dos custos de produção fiquem justos e, aquele “elo da cadeia pós porteira”, trabalhar com um lucro justo, que “sempre” teremos alimentos para todos e, a preços justos.

    Televisão e jornal mostram e falam o que querem e, na maioria das vezes são os formadores de preços para mais ou para menos. Brincam com alimentos, assim como brincam com ações em bolsa. Isto sim, se constitue em uma ameça alimentar, é disto que os governantes precisam se dar conta.

  4. DURVAL MIRANDA JUNIOR disse:

    Quando se está do “lado de fora” é mais fácil comentar “grandes aumentos” de preços como agora tem-se verificado. Comumente os governos, e este atual não e exceção, utiliza-se da fragilidade existente nos elos da cadeia produtiva para alavancar sua políticas sociais, alardeando sobre como têm conseguido manter os preços, sobretudo dos alimentos, em patamares extremamente baixos. É preciso que se diga que o preço do gado praticado no Brasil, encontrava-se ha praticamente 10 anos sem qualquer alteração.

    O Arroz ao contrário, caiu assutadoramente de preço entre 2003 e 2007. Sem ser especialista em quaisquer das áreas, lembro que já em 2003, 01 saco de 5 kg., de arroz de primeira qualidade oscilava entre R$ 9,00 e R$ 10,00, No início de 2007 o mesmo arroz não custava ainda R$ 8,00.

    O grande causador das enormes variações de preço observadas nos produtos da cesta básica hoje, sobretudo no mercado interno, nada mais é do que o reflexo do desestímulo a produção de produtos agropecuários que já dura mais de 10 anos. A quebra de vários produtores; A saída do mercado de outros, por não se encontrarem mais em condições de obter lucro, o colossal abate de matrizes ocorrido na última década, como única forma de vários produtores alimentarem suas famílias, são alguns dos motivos que estão provocando tamanho “rebuliço” no mercado de alimentos.

    Temos visto ministros e ex-ministros a justificarem que o problema estaria no aumento da demanda, já que a produção vem aumentando ano após ano. Claro está entretanto que apesar da “braveza” do produtor rural, este não tem conseguido aumentar a produção no mesmo patamar em que se aumenta a demanda, mesmo porque, como já se disse, não existe estímulos para a produção.

    O pior de tudo que ano após ano, inúmeros brasileiros lutadores e aguerridos que sempre produziram no campo, têm perdido seus imóveis, e seus demais meios de produção, por falta de uma política governamental justa, enquanto na outra ponta, pessoas que conhecidas como “sem terras”, recebem todo o apoio desse mesmo governo.