Os preços agrícolas subiram 2,26% na terceira quadrissemana de dezembro. O índice de preços recebidos pelos agricultores (IPR) manteve praticamente a mesma variação da quadrissemana anterior, indicando novo patamar de crescimento, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria da Agricultura de São Paulo. Dos 19 produtos analisados, onze apresentaram majoração no preço (algodão, batata, café, cana-de-açúcar, cebola, feijão, laranja, soja, aves, suíno e ovos) e seis tiveram redução (amendoim, banana, milho, tomate, trigo e boi gordo). Os preços do arroz e do leite mantiveram-se estáveis.
No segmento animal houve crescimento nas cotações de aves, ovos e suínos que, mesmo com retração no preço do boi gordo (1,01%) e manutenção da estabilidade do leite, contribuiu para elevar em 1,45% o preço do grupo.
O resultado foi aumento de 2,26% no índice geral (IPR), mantendo praticamente a mesma taxa da quadrissemana anterior. O preço do frango, que apresentara expressiva alta em novembro, manteve o nível no mês seguinte, devido às festas de fim de ano. “A desaceleração deve continuar em janeiro e é provável que o IPR feche o mês em queda”, afirma o diretor do Instituto de Economia Agrícola, Nelson Batista Martin. Mas especialistas concordam que as cotações agropecuárias mudaram de patamar em 2002 e devem, de uma forma geral, continuar em nível elevado em 2003 no mercado interno.
Produção
O valor da produção agropecuária de São Paulo atingiu R$ 20,30 bilhões em 2002, apresentando crescimento nominal de 16,40% em relação a 2001, segundo o IEA. Em termos reais (preços deflacionados pelo IPCA médio de 2002), o crescimento foi de 7,41%.
Todos os grupos de produtos (produtos para a indústria, frutas frescas, grãos e fibras e olerícolas) apresentaram crescimento físico na produção e no valor da produção. No valor agregado, o aumento da produção da agropecuária paulista foi causado por um aumento de 4,81% na produção física e de 11,08% nos preços recebidos, em valores nominais.
A cana-de-açúcar continuou como o principal produto agrícola do Estado, com participação de 29,55% no valor da produção estadual em 2002. Logo em seguida vem a carne bovina, com 15,75%; a laranja , com 15,82%; a carne de frango (5,45%); o milho (4,60%); ovos (3,84%); a soja (3,43%); o leite (2,95%); e o café, com 2,25% (tabela 1).
Segundo o IEA, ao se analisar a evolução do valor da produção da agropecuária paulista (em valores reais de 2002), no período 1995-2002, verifica-se que apenas nos anos de 1996 e de 1999 houve decréscimos. Assim, no período, o valor da produção da agropecuária paulista em termos reais cresceu à taxa média anual de 4,65%, o que torna o setor um dos mais dinâmicos da economia estadual, segundo Martin.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Regina Neves) e Valor On Line (por Fernando Lopes), adaptado por Equipe BeefPoint