Bloco elevou a média dos preços da carne in natura e reduziu a dos valores do produto industrializado brasileiro
Os preços médios das exportações brasileiras de carne bovina têm interferência significativa da União Européia (UE). No caso da carne in natura, essa influência foi positiva, ao contrário do que aconteceu nas vendas da industrializada, embora em menor proporção.
Na análise anual da ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), compreendendo janeiro a outubro de 2002 e o mesmo período de 2003, as vendas para a UE têm garantido os maiores preços médios para a carne bovina in natura, chegando, neste ano, a US$ 3 mil por tonelada. O valor médio do total das exportações brasileiras ficou em US$ 1.798. Excluídos os países do bloco europeu, caiu para US$ 1.413, o que corresponde a 78,57% do preço médio geral. O país da UE que desembolsou mais foi a Suécia, que registrou preço médio de US$ 4.394 por tonelada.
Por sua vez, foi maior a variação negativa dos preços médios sem computar as importações européias. Enquanto, no total geral, os valores caíram 3,32%, no total sem a participação da UE, a queda chegou a 3,93%.
Já nas exportações da carne brasileira industrializada, a UE participou com preços menores, em torno de US$ 1.779, enquanto, no total geral, a média foi US$ 1.940, puxada para cima pelos Estados Unidos, que pagaram cerca de US$ 2.925 pela tonelada do produto do Brasil. O valor médio, excluindo a UE, ficou em US$ 2.054, quase 6% maior que a média total das remessas brasileiras de carne bovina ao Exterior. O país da comunidade européia que pagou menos pelo produto industrializado foi o Reino Unido – US$ 1.644 por tonelada, na média -.
Enquanto a variação dos preços médios totais foi negativa, em torno de 1% a menos, sem o bloco, os valores registraram pequeno crescimento neste ano -1,29% – em relação aos recebidos em 2002.