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Prefeitura de Passo Fundo interdita abatedouro de aves da JBS

A prefeitura de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, anunciou nesta quinta-feira a interdição do abatedouro de aves da Seara, que pertence à JBS. A decisão é válida por 15 dias.

Com a medida, o frigorífico poderá completar 30 dias paralisado. A unidade já estava interditada há quase duas semanas, mas por decisão dos auditores do trabalho.

No início da semana a JBS havia obtido na Justiça do Trabalho uma autorização para reabrir a planta a partir desta quinta-feira. Mas a decisão da prefeitura inviabiliza, ao menos por ora, esse plano.

Em nota, a prefeitura de Passo Fundo informou que a interdição está fundamentada “no entendimento da vigilância em saúde do município de que foram desrespeitadas regras sanitárias e epidemiológicas, o que pode colocar em risco a saúde de toda a população”.

De acordo com a prefeitura, a JBS deveria “deveria providenciar monitoramento de todos os trabalhadores afastados, o que não teria ocorrido”.

No comunicado, a prefeitura não deixou claro o tipo de monitoramento requerido, mas é possível que ela se refira aos testes para o diagnóstico da covid-19. Na decisão judicial na qual obteve a autorização para reabrir o abatedouro, a empresa ficou isenta de testar os funcionários. O Ministério Público do Trabalho (MPT) havia pedido que o retorno ao trabalho só fosse permitido após testes, mas o juiz do trabalho não acolheu o pleito.

O abatedouro da empresa em Passo Fundo, município de cerca de 200 mil habitantes, é apontado pelas autoridades como um foco de disseminação da covid19. A JBS emprega 2,4 mil trabalhadores na unidade.

No Rio Grande do Sul, Passo Fundo só perde para a capital Porto Alegre em número de casos do novo coronavírus. Conforme o último levantamento do governo gaúcho, são 231 casos confirmados e 17 óbitos.

A incidência de casos na cidade é alta — de 117,4 por 100 mi habitantes. Em Porto Alegre, a incidência é de 32,4 casos por 100 mil habitantes.

Procurada pelo Valor, a JBS criticou os argumentos da vigilância em saúde de Passo Fundo. “A empresa tem adotado todas as medidas de prevenção necessárias para proteção e segurança dos seus colaboradores e tomará todas as medidas cabíveis para reverter a interdição municipal. Em decisão proferida pela Justiça ficou demonstrado que os mais de 2.500 colaboradores da unidade da JBS em Passo Fundo trabalham sob rígidas medidas de segurança”, respondeu a empresa, em nota:

Veja a reposta da da JBS na íntegra “A JBS refuta os argumentos presentes no auto de infração expedido pela Vigilância Sanitária do município de Passo Fundo (RS) nesta quinta-feira (7) e que contraria a decisão judicial da 2ª Vara do Trabalho de Passo Fundo, de 4 de maio, que autorizou a retomada das operações da unidade.

A empresa tem adotado todas as medidas de prevenção necessárias para proteção e segurança dos seus colaboradores e tomará todas as medidas cabíveis para reverter a interdição municipal.

Em decisão proferida pela Justiça ficou demonstrado que os mais de 2.500 colaboradores da unidade da JBS em Passo Fundo trabalham sob rígidas medidas de segurança.

Entre as ações adotadas pela Companhia, estão:

  • afastamento de pessoas que fazem parte do grupo de risco como maiores de 60 anos, gestantes e todos os que tiveram recomendação médica;
  • ampliação da frota de transporte;
  • desinfecção diária das unidades;
  • medição de temperatura de todos antes do acesso às fábricas;
  • vacinação contra gripe H1N1 para 100% dos colaboradores;
  • ações de distanciamento social;
  • forte comunicação de prevenção e cuidados, entre outras.

Essas e outras medidas de proteção constam de laudo da perícia técnica assinado pela especialista em medicina do trabalho Sabine Braga Chedid, que vistoriou todo complexo fabril da companhia em 23 de abril a pedido da Justiça do Trabalho, um dia antes da interdição da unidade.

Todas as medidas adotadas pela JBS estão a de acordo com os mais altos padrões dos órgãos de saúde e em conformidade com a recomendação da Consultoria do Hospital Albert Einstein e médicos especializados contratados pela empresa para apoiar na definição dos protocolos de saúde e que estão em vigor em todas as unidades da empresa”.

Fonte: Valor Econômico.

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