O preço do boi se acomodou no terceiro quadrimestre de 2008, salvo engano, pela pressão varejista na compra da carne. A escala curta deveu-se aos pecuaristas não venderem todos os bois prontos, reprimindo a oferta em função dos preços altos da reposição. Mas, o preço acomodado imprimiu-se, sobretudo, pela ação dos varejistas na ânsia de otimizar lucros, diminuindo as compras até o limite das necessidades, ocasionando incertezas de aquisição do produto.
O preço do boi se acomodou no terceiro quadrimestre de 2008, salvo engano, pela pressão varejista na compra da carne. A escala curta deveu-se aos pecuaristas não venderem todos os bois prontos, reprimindo a oferta em função dos preços altos da reposição. Mas, o preço acomodado imprimiu-se, sobretudo, pela ação dos varejistas na ânsia de otimizar lucros, diminuindo as compras até o limite das necessidades, ocasionando incertezas de aquisição do produto.
Esta dinâmica dos varejistas prevaleceu-se devido às incertezas nas exportações em função da lentidão da habilitação para vender para UE, e a crise econômica internacional presente.
Daí a escala curta foi à opção dos frigoríficos, sob o risco de não desovarem os estoques das câmaras frigoríficas. Em muitos casos fecharam as portas.
Nesse quadro, o pecuarista sabiamente escalonou as vendas para abate e retardou a reposição de animais para terminação ou recria/terminação.
Fica a impressão que os pastos estão cheios de bois, impõe-se cautela na reposição dos estoques diante de um cenário de alto valor do mesmo, durante o primeiro quadrimestre de 2009.
O escalonamento ou retardamento deve continuar na venda de bois prontos e na reposição do estoque, até que o preço acompanhe os custos de produção e o valor da reposição encontre correspondência com o valor final do produto.
Fica difícil imaginar em plena época das águas a adoção da estratégia de repor o plantel somente para manter o fluxo de caixa. Embora, a diminuição da carga animal dos pastos, agora, representa recuperação das reservas nutricionais da plantas, inclusive do sistema radicular das gramíneas, com reflexos positivos para o enfrentamento no período seco ou frio, conforme, onde estiver a atividade estabelecida.
“Se o preço de arroba do boi diminui e o valor da reposição aumenta, não há pressa em comercializar o produto, deixe tudo para o mês que vem”.
A contribuição social rural incidente em todas as fases produtivas, reduzirá o número de matrizes dos pequenos criadores. Salienta-se, no passado houve fomento das feiras de bezerros para estimular os pequenos pecuaristas criarem animais e depois revenderem para engorda, principalmente, para médios e grandes produtores. Fica difícil mensurar o impacto dessa contribuição sobre o resultado financeiro de sobrevivência do pequeno produtor e se a margem restante será suficiente para manter-se no negócio.
No primeiro quadrimestre de 2009, em plena safra a pecuária brasileira continua vulnerável, se houver expansionismo produtivo. Da mesma forma continua a atual rota das auditorias, em que exclui pecuaristas que adotam boas práticas, mas utilizam o mesmo centro de manejo em boitel ou em ERAS contíguos de mesmo proprietário. Isto não impedirá o crescente número de propriedades habilitadas para vender para UE, não sabemos quantas? Talvez 10% dos pecuaristas de corte? Mas reflete-se na diminuição do número de inscritos no ERAS, em função do erro primário, em não separar este sistema do Programa de Carne Certificada mais exigente.
A exclusão dos que aderiram espontaneamente ao sistema, desde o primeiro momento, estão apeados da exportação e internamente a mercê da estratégia preponderante dos varejistas em perpetuar a compra da carne no limite de suas necessidades.
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Celso Gaudêncio,
Muito boas suas observações, o pecuarista sempre leva pior e não esqueçamos da demanda no Supremo sobre o FUNRURAL, país o nosso que vive de bitributação e outras coisas mais.
Parabens, forte abraço