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Dilma acena com vetos ao Código Florestal

Ao aproximar-se de movimentos sociais durante o Fórum Social Mundial Temático, a presidente Dilma Rousseff garantiu que o novo Código Florestal, em tramitação na Câmara, “não será o texto dos sonhos dos ruralistas”. Em reunião com 80 entidades da sociedade civil, a presidente sinalizou que vai barrar propostas que aumentem o desmatamento, caso sejam aprovadas pelo Congresso.

O aceno de Dilma foi bem recebido por ativistas. “Dilma disse claramente que o texto não será o código [florestal] dos sonhos dos ruralistas. Ela assumiu esse compromisso”, comentou Mauri Cruz, um dos organizadores do fórum social. “Isso não significa que o código vai ser perfeito, mas sinaliza que ela não vai sancionar do jeito que está”, disse Cruz. A promessa foi feita em reunião que contou com a presença do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro (PMDB). “Esse compromisso é muito importante para nós. [O ex-presidente Luiz Inácio] Lula [da Silva] tinha um vínculo natural com os movimentos sociais, mas ainda não tínhamos a mesma liberdade com a presidente. Dilma se aproximou. Temíamos que não acontecesse.”

Para representantes dos movimentos sociais, no entanto, o gesto da presidente não foi só uma forma de aproximação, mas também de pedir apoio à Rio +20 que, a exemplo do Fórum Social Mundial Temático, deve ser esvaziada. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, nome oficial da Rio +20, vai acontecer em junho no Rio de Janeiro.

Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese e responsável por organizar propostas do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social para a Rio +20, analisou que a crise econômica enfrentada por países desenvolvidos impedirá o debate ambiental. “O problema imediato é a crise econômica e não a ambiental”, disse Clemente. “O enfrentamento da crise exige a retomada da atividade econômica, cuja referência é produzir do jeito que fizemos até hoje. A crise exige uma solução que agrava o problema ambiental”, afirmou.

Clemente lembrou que até mesmo o Brasil, que sediará a Rio +20, incentivou a produção e venda de automóveis no enfrentamento da crise econômica de 2008. “Saímos bem economicamente, o que não significa que ambientalmente tivemos sucesso. Agravamos a emissão de gases de efeito estufa com a venda de automóveis”, comentou. “A Rio +20 pode fracassar do ponto de vista político, com a ausência de um compromisso político vigoroso em relação a uma agenda de mudança no padrão de produção.”

Fonte: jornal Valor, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

7 Comments

  1. Jorge Rys Jr disse:

    Será que este código florestal estará aprovado até este “Rio + 20” …
    É inaceitável esta demora….

  2. Ciro Siqueira disse:

    O Valor criou um factoide. A presidente afirmou que o novo texto do Código Florestal “não será o dos sonhos dos ruralistas nem o dos sonhos dos ambientalistas.

    Ela não acenou com veto nenhum.

  3. Ayrton Berger Jr disse:

    Será que este código florestal não sendo aprovado pela Presidenta Dilma, nós como agropecuaristas poderemos se juntar e mostrar a nossa força?

  4. Silvio Moura disse:

    Ayrton, deveríamos nos juntar. Precisamos. Ao Beefpoint: como os produtores interessados podem se contactar, por intermédio do site?
    Obrigado
    Silvio

    • Miguel da Rocha Cavalcanti disse:

      Olá Silvio, boa tarde. Obrigado pelo contato.
      Estamos estudando novas ferramentas para lançar, que facilitem essa interação no site.
      Abraços, Miguel

  5. Fabiano Pagliarini Santos disse:

    É comum um presidente que é de um partido ligado as ditos movimento sociais, faça promessas populistas e em muitos casos devido a pressão que esses movimentos fazem acabam cedendo. Os produtores rurais como um todo devem também fazer sua pressão, o campo é o grande responsável pela balança comercial positiva do país, pois nossas exportações são em sua grande parte commodities agrícolas.
    Concordo com os senhores Ayrton Berger Jr e Silvio Moura que devamos nos mobilizar de todas as formas, ou seremos como sempre onerados pelo custo de movimentos sociais que vivem as custas de tributos que pagamos e que não geram verdadeiro benefício para o país.
    Hoje além do meio-ambiente temos discussões mais sérias a debater e principalmente resolver, como gastos absurdos com copa 2014 e olimpíadas, que impedem investimentos em educação, saúde e políticas agrícolas.
    Ontem assisti a reportagem da presidente no Haiti, onde se discutiam o que fazer com o povo do país mais pobre das Américas, por que ao invés do governo brasileiro disponibilizar recursos dos cofres públicos como doação, não compra a produção de alimentos pelo preço justo dos produtores brasileiros e leva uma proposta à ONU e outras entidades, de repassar alimentos aos países pobres do mundo, levando comida a quem tem fome e receita a quem produz.