Presidente da ABCZ critica MST e política ambiental

Os criadores das raças zebuínas, reunidos ontem em Uberaba (MG), na abertura da 70a Expozebu, apresentaram como “preocupações e angústias” do setor rural as invasões do MST e os “excessos da política ambiental” aos quais são submetidos.

O presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), José Olavo Mendes, disse que a “persistência desses problemas” é um “desafio” ao avanço da produção e uma contraposição ao “momento de ouro” vivido pelo setor. Ouviram as críticas o vice-presidente José Alencar e o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e representantes do governo.

“O produtor se sente cercado por situações que não condizem com o papel que está desempenhando no desenvolvimento do país. É uma permanente ameaça à sua segurança e aos seus direitos, representada pelas invasões de terra”, disse Mendes.

Ele disse que é preciso haver uma “distinção clara entre quem é sem-terra e quem é trabalhador urbano desempregado”, sob pena de “todo o esforço para a promoção da reforma agrária ser sempre insuficiente”.

Mendes afirmou que os “excessos que estão sendo cometidos em nome de uma suposta defesa da preservação ambiental” estão “sufocando” os produtores e reclamou das pressões de ONGs e outros organismos nacionais e estrangeiros. “O produtor que abriu novas fronteiras não pode agora ser premido a promover a recuperação de áreas em condições inviáveis. Essa questão tem que ser conduzida com sensatez e critérios técnicos”, disse.

Ele culpou as pressões externas pelo fato de pecuaristas do sul do Pará e do Acre ainda não terem obtido certificados de área livre da febre aftosa que os possibilitem exportar carne bovina, apesar de “já cumprirem todos os requisitos sanitários”. “Estão, estranhamente, enfrentando resistência internacional para a obtenção desse reconhecimento”.

Em seu discurso, o ministro Rodrigues não tocou nas queixas ambientais da ABCZ, mas disse que os produtores precisam estar atentos para as questões sanitárias, de forma que o Brasil não retroceda no comércio internacional de carnes. Quanto às invasões de terra, o ministro voltou a repetir que o governo fará uma reforma agrária “moderna e dentro da lei”.

Fonte: Folha de S.Paulo/Agrofolha (por Paulo Peixoto), adaptado por Equipe BeefPoint

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