Apesar dos resultados fracos das exportações brasileiras de carnes nos últimos meses, associações que representam as indústrias do setor ainda acreditam que as receitas devem crescer em relação a 2014.
Em maio passado, as vendas externas de carne bovina in natura somaram US$ 349 milhões, queda de 28,7% em relação aos US$ 489,3 milhões do mesmo mês de 2014. Em volume, os embarques totalizaram 84,8 mil toneladas, recuo de 17,51%. No acumulado do ano, a receita com carne in natura caiu 25%, para US$ 1,689 bilhão (considerando dados preliminares de maio) e os volumes, 19,9%, para 400,2 mil toneladas.
Ainda que a queda tenha sido expressiva, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Camardelli, afirma ter “convicção de que [a exportação] vai bater recorde no ano porque deve haver recuperação no segundo semestre”.
No ano passado, as vendas externas de carne bovina somaram US$ 7,2 bilhões – os dados incluem carne in natura e industrializada. No fim de 2014, a Abiec previu que os embarques alcançariam US$ 8 bilhões este ano. Agora, Camardelli fala em superar 2014, sem citar números.
A expectativa de melhora nos embarques se baseia, segundo o dirigente, na retomada das vendas à China e na reabertura de mercados como Iraque e África do Sul. Além disso, a Arábia Saudita também pode voltar a importar. A esperada abertura do mercado dos EUA à carne in natura brasileira é outra razão para o otimismo, ainda que possa levar algum tempo até os primeiros embarques.
Conforme o presidente da Abiec, a “crise externa”, especialmente na Rússia, afetou as exportações brasileiras nos últimos meses. Para ele, o recuo nas receitas não reflete apenas a queda de preços que geralmente ocorre quando o dólar se valoriza ante o real. Deve-se também, diz, a uma mudança de mix nas vendas porque a crise leva à importação de cortes bovinos mais baratos.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.