Atacado -08-08-2017
10 de agosto de 2017
Principais indicadores do mercado do boi –10-08-2017
10 de agosto de 2017

Presidente da CPI do BNDES no Senado teve campanha financiada por JBS

Dos 21 senadores que vão compor a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES no Senado, ao menos três receberam doações do grupo J&F na eleição de 2014, incluindo o próprio presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A CPI foi instalada na semana passada e tem como objetivo investigar empréstimos feitos pelo banco de fomento que beneficiaram o conglomerado do setor de carnes.

Dos cerca de R$ 2 milhões de doações que Alcolumbre recebeu oficialmente em 2014, R$ 138 mil foram oriundos de doações do grupo J&F. Além dele, os outros dois membros da CPI do BNDES que também aparecem na planilha apresentada pela JBS são os senadores Acir Gurgacz (PDT-RO) – que recebeu R$ 833 mil de um total de R$ 4,2 milhões – e Paulo Rocha (PT-PA), que recebeu R$ 233 mil da JBS de um total de R$ 3,3 milhões de doações. Os senadores não possuem até o momento inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o pedido de criação da CPI, de autoria do senador Roberto Rocha (PSB-MA), o colegiado tem como objetivo principal investigar supostas irregularidades nos empréstimos concedidos pelo BNDES no programa de globalização das companhias nacionais nos últimos 20 anos, com destaque para operações de financiamento do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS, cuja delação levou à investigação do presidente Michel Temer.

“O primeiro grande empréstimo do programa de internacionalização foi de US$ 80 milhões ao frigorífico Friboi, para a compra de 85% da principal empresa de carne bovina na Argentina, a americana Swift Armour. Posteriormente, dois anos após o primeiro aporte, a holding do Banco para participação acionária, o BNDESPar, concedeu um novo empréstimo/compra de ações no valor de R$ 4,5 bilhões ao conglomerado JBS-Friboi para a compra da Swift&Co. e Pilgrim’s Pride Corp nos EUA. Dessa forma, a JBS tornou-se hoje uma das mais internacionalizadas empresas nacionais”, diz trecho do documento apresentado por Rocha.

Procurada, a assessoria de Alcolumbre negou que o parlamentar tenha negociado qualquer tipo de contrapartida com a JBS.

 

A assessoria de imprensa do senador Paulo Rocha (PT-PA) também nega qualquer irregularidade na doação e questiona veracidade do depoimento dos delatores.

Gurgacz negou que tenha recebido doações da JBS em sua campanha.

A assessoria de imprensa do grupo J&F destacou que os colaboradores já apresentaram informações e documentos à Procuradoria-Geral da República e continuam à disposição para cooperar com a Justiça.

 

Fonte: Estadão, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.