Mercados Futuros – 12/09/07
12 de setembro de 2007
Esalq/BM&F recua e mercado futuro acompanha
14 de setembro de 2007

Pressão continua e boi gordo tem outra semana de baixa

O mercado do boi gordo tem uma semana de baixa nos preços da arroba. O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 61,77/@, queda de 2,12% em relação a semana passada, quando o valor era de R$ 63,11/@. No mercado físico, durante essa semana, ocorreram recuos nas cotações da arroba em todas as regiões do país. O frigoríficos, principalmente, de São Paulo, Goiás e Mato Grosso, continuam se abastecendo com animais de confinamento. Porém já se fala em uma diminuição na quantidade de animais de cocho para os próximos meses.

O mercado do boi gordo tem uma semana de baixa nos preços da arroba. O indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista foi cotado a R$ 61,77/@, queda de 2,12% em relação a semana passada, quando o valor era de R$ 63,11/@, em 05/09/2007. O indicador a prazo apresentou recuo de R$ 1,39 (-2,18%), sendo cotado a R$ 62,42/@, nesta quarta-feira.

Com redução a de 2,62% no valor da moeda americana, que terminou a última quarta-feira valendo R$ 1,912, O indicador Esalq/BM&F boi gordo em dólares valorizou 0,51%, ficando em US$ 32,31/@. O indicador de bezerro teve alta de 0,18%, sendo cotado a R$ 461,49/cabeça. Com as baixas consecutivas do boi gordo durante a semana a relação de troca recuou para 1:2,21.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e a prazo


No mercado físico, durante essa semana, ocorreram recuos nas cotações da arroba em todas as regiões do país. O frigoríficos, principalmente, de São Paulo, Goiás e Mato Grosso, continuam se abastecendo com animais de confinamento. Porém, já se fala em uma diminuição na quantidade de animais de cocho para os próximos meses. Isso ocorrerá se os confinadores decidirem não realizar uma segunda rodada de confinamento, em vista do aumento nos preços de alimento e de animais de reposição.

Tabela 2. Cotações do boi gordo com variação relativa a 05/09/2007



A procura por animais de reposição continua alta, mas em todas as regiões levantadas dificilmente as negociações são efetivadas. Essa situação está ocorrendo porque diante da oferta muito pequena, os produtores que possuem lotes para venda, pedem preços altos. Por outro lado os compradores não se animam a fechar negócios, já que os preços do boi gordo recuaram e falta pasto na maioria das regiões.

No mercado futuro, os contratos com vencimento para setembro/07 (R$ 60,33/@) e outubro/07 (R$ 60,39/@), apresentaram variação negativa na semana. Em relação ao dia 05/09/2007, os contratos para novembro tiveram valorização de R$ 0,10.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 05/08/07 e 12/09/07


No atacado da carne bovina, os preços permaneceram bastante estáveis durante a semana, com recuo apenas no preço do traseiro, que foi cotado a R$ 4,80 (-R$ 0,10), dianteiro (R$ 2,90) e ponta de agulha (R$ 2,60) permaneceram inalterados. O equivalente físico vale R$ 56,60/@. Com essa retração do equivalente físico, o spread (diferença) entre o indicador de boi gordo e o equivalente físico aumentou para R$ 5,18/@.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico


O governo britânico confirmou a suspeita de um foco de febre aftosa numa fazenda localizada no sul da Inglaterra, nesta quarta-feira. Um comunicado no site do Ministério da Agricultura britânico informou que uma zona de controle temporária de 10 quilômetros foi implantada ao redor da fazenda em Egham, Surrey, distante cerca de 50 quilômetros do último foco confirmado da doença, descoberto em agosto.

A carne inglesa voltou a ser embargada pela União Européia (UE), que adotou uma nova “decisão de emergência”, designando o Reino Unido como “uma área de alto risco” até 15 de outubro, proibindo assim o transporte de animais suscetíveis à doença entre a Inglaterra e outros países-membros do bloco.

Na semana passada chegou ao Brasil a maior delegação do serviço veterinário russo que já esteve no país. Aproximadamente 20 técnicos e representantes do governo, que terão 20 dias para avaliar toda a cadeia produtiva da carne. “Nosso objetivo é estabelecer regras claras entre os dois países”, explicou o chefe do setor de inspeções internacionais do Ministério da Agricultura da Federação Russa, Konstatin Karamyshev.

Também está prevista para o final deste mês uma visita de autoridades chinesas que irão vistoriar as condições sanitárias dos abatedouros e dos centros de processamento do Rio Grande do Sul. Caso os chineses aprovem as indústrias gaúchas, podem ser discutidos acordos para exportação e carnes ao país asiático.

Cada vez mais os grandes frigoríficos estão expandindo suas operações na região Centro-Oeste e Norte do Brasil. O grupo Bertin assinou, nesta segunda-feira, um protocolo de intenções com o governo de Mato Grosso para a construção de um complexo industrial em Diamantino com investimentos de R$ 230 milhões. O protocolo prevê a construção de um frigorífico de abate de bovinos, uma indústria de beneficiamento de couros wet blue, semi-acabado e acabado e uma de biodiesel.

O Friboi também deve realizar investimentos no Mato Grosso, a empresa estuda a viabilidade da instalação de uma planta frigorífica em Sorriso. A unidade deve chegar à capacidade total até 2010, e irá realizar abate de bovinos e suínos. Para isso, serão investidos US$ 300 milhões, com o futuro complexo podem ser gerados 5.000 empregos diretos.

André Camargo, Equipe BeefPoint

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  1. Washington Jorge Neto disse:

    Hoje e também há uma semana, a arroba do boi gordo em Rio Branco que vem sendo praticada é de R$ 47,00/48,00 a prazo para descontar funrural. Até sair a rodovia para o Pacífico e novos investimentos em plantas frigoríficas, estamos em uma posição geográfica e comercial muito desfavorecida por parte dos pecuaristas é claro, portanto, nosso estado está completamente escancarado para novos investimento, e os emprésários de plantão “bamburrarão” de ganhar dinheiro com este mercado tão aberto e pouco concorrido como é o nosso. Mais a mais, com perspectivas tão amplas de mercado como é o caso do Peru, Manaus e a saída para o pacífico (mercado asiático com economia de transporte de 14 dias em relação ao porto de Santos até o Japão, por exemplo).

    Realmente é um negócio que não se pode deixar de pelo menos estudar; fora os mercados asiáticos com a saída para o Pacífico como já foi falado, temos em um raio de apenas 700 quilômetros, 30 milhões de pessoas que precisam de proteína animal, contando com nossos vizinhos latinos, portanto, deixo minha visão e a minha revolta, de ter uma das melhores carnes do mundo, regime apenas de pastos, inclusive na seca que temos muito branda, e com um estado livre de febre aftosa, ou seja, livre para o mercado externo, estamos sempre com o chapéu na mão na hora de vender nosso gado.