Mercados Futuros – 05/09/11
6 de setembro de 2011
Mercado Físico do Boi – 05/09/11
6 de setembro de 2011

Pressão de baixa no mercado do boi no MT

Mesmo com o avanço da estiagem e o desgaste natural das pastagens, o mercado do boi gordo no Estado de Mato Grosso sofre ainda com a pressão da oferta sobre os preços.

Mesmo com o avanço da estiagem e o desgaste natural das pastagens, o mercado do boi gordo no Estado de Mato Grosso sofre ainda com a pressão da oferta sobre os preços.

Apesar de o mercado interno seguir aquecido, e do patamar elevado em que se encontra o boi gordo, é aparentemente difícil que o preço pago pelo boi terminado alcance o pico atingido na entressafra do ano passado, quando a oferta no período não foi suficiente, elevando bruscamente as cotações.

A atual condição pode levar alguns confinadores a repensar a idéia da engorda em sistema intensivo quanto aos lotes de animais que ainda não foram confinados. Por hora, o rebanho confinado neste ano parece ter estabilizado a oferta para o período, demonstrando que a queda das exportações já começa a ser sentida pelo mercado. Se esta tendência de baixa persistir, a rentabilidade do sistema, para quem não travou o preço, pode ser comprometida.

Exportação:

Em julho deste ano o volume exportado de carne bovina mato-grossense registrou queda de 44,0% embarcando 10,5 mil toneladas em equivalente carcaça, o menor volume exportado desde janeiro de 2009.

Em razão disso, os principais portos brasileiros registraram recuo no volume exportado em julho. O porto de Santos (SP) registrou decréscimo de 52,46% em julho. Mesmo diante dessa ruptura essa rota continua sendo a alternativa mais utilizada pelos exportadores do Estado para o embarque de mercadorias, com 59,52% do total.

O porto de Paranaguá (SC) registrou 21,42% a menos do embarque de carne bovina em relação ao mês anterior. Em seguida, com desvalorização de 77,93%,segue o porto de Itajaí, com participação de 12,16% do total. Esse fato pode ser justificado pelo embargo russo ocorrido na metade do ano, que afetou negativamente as exportações de carne bovina do Estado.

Oferta e demanda:

Na análise da média móvel dos cinco dias para o preço da arroba do boi gordo à vista e a escala de abate em Mato Grosso, observa-se um movimento incomum no mercado, em que, apesar da queda da escala de abate, o preço da arroba obteve queda.

Atualmente, o boi gordo está cotado a R$ 86,13/@, preço que não era verificado há 10 dias, quando esteve cotado a R$ 86,33/@. Após uma brusca queda sucessiva na arroba, principalmente entre os dias 15 e 19,quando perdeu 2,22% de seu preço, a partir do dia 29 o preço da arroba voltou a se recuperar, embora lentamente, e na variação do dia 29, até o encerramento da semana, o preço variou positivamente 0,68%.Já a escala de abate, entre os dias 15 e 22, chegou a tervariação negativa de 30,0%, e assim como o boi, vem engatinhando uma melhora, que hoje está 7,03 dias de média.

Nesta semana o preço médio da arroba do boi no Estado ficou nos R$ 86,23, apresentando variação de R$ 0,69, o que representa alta de 0,81%. Seguindo o mesmo ritmo, o preço médio pago pela arroba da vaca também variou positivamente, terminando nos R$ 78,50, o que representa R$ 0,71 a mais do que na semana anterior.

Reposição:

Finalizando o mês de agosto, o bezerro de 12 meses, no Estado de Mato Grosso, registrou o preço médio de R$ 633,08/cabeça, enquanto a fêmea de mesma era foi negociada a R$ 429,09/cabeça, com o mercado de reposição ainda aquecido para os dois.

O destaque a partir do segundo quadrimestre de 2011 foi no último mês de junho, quando se registrou o maior spread entre as categorias, de 48,5%, revelando boa demanda para o macho.

Com um aumento de R$ 9,97 no preço médio da fêmea, referente à diferença do mês atual sobre agosto de 2010, e a alta de 5,24% nos machos, a segunda categoria é a maior responsável pelo aumento na diferença entre os bezerros de 12 meses, hoje com o macho valendo R$ 31,49 a mais.

Relação de troca:

O Ivomec é uma das importantes ferramentas do pecuarista, utilizado no combate e prevenção de infecções e verminoses.

No último mês de julho, o preço médio deste medicamento apresentou desvalorização de 8,89%, terminando a R$ 238,7/l. Enquanto que a arroba, no mesmo período, registrou valorização de 1,35%, encerrando o mês cotada com média de R$ 86,37.

Esse movimento oposto entre as duas precificações resultou numa queda de 10,1% na relação de troca destes produtos. O mês de julho terminou com o poder de compra do pecuarista em2,76@/l. Esta semana o mês de agosto encerrou com média de R$ 87,07/@, apresentando valorização de 0,81%, quando comparada ao mês anterior.

Mercado futuro:

A boa oferta de bois terminados para o período, que tem pressionado o mercado físico,acabou por influenciar negativamente o mercado futuro nesta semana.

Enquanto o índice Cepea do mercado físico no Estado de São Paulo segue na casa dos R$ 98,00/@ à vista, o contrato futuro com vencimento em outubro de 2011 chegou a operar com os preços estáveis nos dois primeiros dias da semana.

Já a partir do pregão de quarta-feira, a cotação do papel passou a registrar forte queda, chegando a obter desvalorização de R$ 1,30 no pregão de quinta-feira, encerrando na sexta-feira negociado a R$ 102,35/@.

Desse modo, o mercado, que até meados da semana aparentava estar “de lado” na faixa de R$ 104,00/@, cedeu à pressão baixista encontrando suporte na casa dos R$ 102,00/@.

As informações são do Boletim Semanal IMEA, resumidas e adaptadas pela equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.