O verão começa oficialmente nesta sexta-feira (22/12) sob forte influência do fenômeno climático El Niño e com um alerta para a possível ocorrência de um ciclone extratropical no Sul do Brasil. O risco é de temporais, principalmente, nas áreas mais ao centro e norte do Rio Grande do Sul.
Os boletins meteorológicos apontam para a formação do ciclone no dia 25 de dezembro, próxima segunda-feira, informa a Climatempo. O fenômeno vai favorecer a formação de uma frente fria, que deve levar chuva para a Serra Gaúcha e interior de Santa Catarina e do Paraná. Há risco de temporais.
“Caso confirmado, será o primeiro ciclone e a primeira frente fria associada ao sistema da nova estação, com impacto maior nas condições de tempo sobre as cidades do Sul”, informa a Climatempo, em boletim, ressaltando que a situação é atípica.
Verão começa oficialmente nesta sexta-feira (22/12) sob forte influência do fenômeno climático El Niño — Foto: Inmet
Até lá, o tempo deve variar na região. O sábado (23/12) deve ser de instabilidade, com a aproximação de uma frente fria e formação de nuvens carregadas sobre o sudoeste do Paraná, oeste e sul de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul.
Já no domingo (24/12), véspera de Natal, a chuva diminui no Sul. A tendência é pancadas isoladas alternadas com sol e calor.
Modelos de precipitação e de temperaturas — Foto: MetSul
El Niño no verão
A chegada da nova estação é marcada pela presença do El Niño sobre o Brasil. Os últimos meses sob influência do fenômeno climático foram marcados por grandes volumes de chuva em algumas regiões, escassez em outras, com temperaturas bastante elevadas e a ocorrência de ondas de calor.
Os meteorologistas da MetSul informam que o El Niño vai permanecer durante todo o verão. Mas o período de maior intensidade é o atual. A tendência é de enfraquecimento nos próximos meses.
El Niño vai permanecer durante todo o verão — Foto: Inmet
O período deve ser de irregularidade de chuva no Rio Grande do Sul, com períodos que podem ter volumes próximos ou até acima das médias históricas e outros abaixo das médias. A tendência é de alta variabilidade dos acumulados a depender da região.
“O verão em Santa Catarina e no Paraná terá grande variabilidade de volumes de chuva de uma cidade para outra, mas, no geral, deve ter precipitações próximas ou abaixo da média na maioria das localidades”, acrescenta a MetSul.
No Centro-oeste, a previsão é de chuva mais volumosa nos Estados de Mato Grosso e Goiás. Já em Mato Grosso do Sul, os mapas indicam acumulados menores do que a média e ocorrências de forma irregular.
No Sudeste, o principal ponto de atenção é com o Estado de Minas Gerais, informa a MetSul. A chuva deve ficar acima da média em vários pontos. Rio de Janeiro e Espírito Santo também devem ter volumes elevados de chuva ao longo da estação. Em São Paulo, a chuva deve ser irregular.
“Tanto no Sudeste como no Centro-oeste são comuns na estação temporais isolados e com altíssimos volumes de chuva que podem fazer com que a estação termine com acumulados localizados ou regionalizados acima da média”, pontua a MetSul.
No Norte, o El Niño deve fazer chover mais ao norte da região Amazônica. Nas demais áreas, a chuva deve ficar próxima ou abaixo da média.
No Nordeste, apesar de tipicamente o verão ser menos chuvoso com a presença do fenômeno, os mapas apontam para volumes elevados em algumas áreas.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) lembra que nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a chuva é provocada, principalmente, pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Já no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável.
“Há condição favorável para chuva forte, queda de granizo, vento de intensidade moderada a forte e descargas elétricas. Neste período, é comum a ocorrência de chuva em praticamente todo o país”, ressalta o Inmet.
Fonte: Globo Rural.