BRF pode ter conselho presidido por Abilio Diniz
10 de janeiro de 2013
JBS vai exercer opção de compra de frigoríficos no Canadá
10 de janeiro de 2013

Conheça as previsões do Rabobank para a pecuária de corte brasileira

Os preços do gado vivo no Brasil aumentaram em 4% entre outubro e novembro, devido ao período de seca combinado com uma oferta relativamente limitada dos confinamentos, onde as colocações não cresceram tanto quanto tinha sido previsto por causa dos altos preços dos grãos e do boi gordo.

Entretanto, os preços da carne bovina tiveram um desempenho pior que os valores do gado e apresentaram um aumento de apenas 1% no mesmo período. É importante ressaltar que, apesar dos aumentos mencionados nos preços do gado vivo, os preços flutuaram em cerca de 6% a menos que os níveis do ano anterior.

Ventos favoráveis à indústria continuaram soprando do lado internacional, com o volume exportado aumentando sequencialmente trimestre após trimestre, impulsionados pelas maiores vendas ao Chile e Egito, e pela desvalorização do Real brasileiro, o que aumentou a atratividade do produto exportado.

Em outubro, a indústria brasileira exportou cerca de 100 mil toneladas, 11% a mais que no mês anterior e 35% a mais que no ano anterior, maior volume mensal desde julho de 2010. Em novembro, o volume exportado caiu de um pico visto no mês anterior de 83.000 toneladas, mas foi 15% maior que no ano anterior.

Os preços exportados em dólares dos Estados Unidos também aumentaram novamente em outubro e novembro, aumentando em 5% com relação aos níveis do terceiro trimestre o que, combinado com a desvalorização da moeda, levou os preços convertidos em Real brasileiro a aumentar em 3% com relação ao terceiro trimestre e 6% com relação ao ano anterior.

Nesse cenário, as margens para os frigoríficos de carne bovina ainda parecem bastante positivas e estão bem abaixo dos níveis do ano anterior (Figura 4). O cenário é ainda melhor para as companhias que administraram para maximizar a participação das exportações nas vendas totais. Nesse estágio, é válido lembrar que as três maiores companhias de carne bovina representam mais de três quartos das exportações brasileiras totais, enquanto representam apenas 35%-40% da capacidade total de abates instalada no Brasil.

De fato, os lucros reportados no terceiro trimestre por Marfrig, JBS e Minerva mostraram uma melhora significante em suas margens de negócios de carne bovina. No caso do JBS, as margens EBITDA aumentaram em 290 bps com relação ao ano anterior. Para o Minerva, o aumento foi ainda maior, aumentando em 310 bps com relação aos níveis do ano anterior. O Marfrig também teve boas margens de aumento (aumento de 270 bps com relação ao ano anterior).

Para 2013, o Rabobank espera que o fornecimento de animais vivos no Brasil permanecerá em níveis razoáveis e as primeiras estimativas apontam para um aumento na produção de carne bovina de 3% com relação a 2012.

Apesar de a oferta dever aumentar, o espaço para mais quedas nos preços do gado vivo é limitado, à medida que a oferta de carne bovina do resto do mundo deverá se manter estagnada – ajudando a aumentar a demanda para a carne bovina brasileira – e a produção de carne de frango e suína (substitutas) deverão desacelerar devido aos altos custos dos grãos.

Fonte: Rabobank, traduzida eadaptada pela Equipe BeefPoint.

3 Comments

  1. Leonardo Leite de Barros disse:

    Seria interessante saber de onde o Rabobank tirou a estimativa de aumento na produção de carne para 2013 em 3%.
    Se a estimativa se confirmar, será importante saber se realmente o acrescimo ocorrerá por aumento na produção ou se estamos comendo o rebanho.
    A pecuária tem encolhido e cedido terreno para produções agrícolas mais rentáveis, ninguém contesta esta acertiva. Muito embora esteja em curso um aumento de produtividade e desfrute do rebanho via novas tecnologias de produção, ela está atrelada ao preço do boi e sua rentabilidade, hoje sabidamente uma das menores do setor.
    Penso que está chegando a hora da cadeia da carne bovina se organizar, se não for por inteligência dos elos envolvidos, será por desabastecimento e rupturas que trarão sérios impactos para todos.

  2. Marcus Buso disse:

    Leonardo, bom dia.
    Adicionando a sua informação o MT, segundo o Acrimat, o rebanho bovino cresceu em 16% por hectare saltando de 1,01 cab/ha para 1,17 cab/ha. O saldo total entre 2009 e 2012 foi de 12% em sua totalidade. Acho que isto pode nos ajudar a entender um pouco a situação, uma vez que tb houve expansão agrícola neste estado. Enfim, houve crescimento das áreas cultivadas e também do rebanho bovino.

  3. Paulo S P RIbeiro disse:

    Mas as áreas de pasto do MT, vem se reduzindo drasticamente, devida as mortes súbitas de capim e a troca de atividade.