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Previsões do USDA para o mercado de carnes em 2005

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), através do Serviço de Pesquisas Econômicas (Economic Research Service – ERS) elaborou um relatório com projeções para o setor agrícola em 2005.

  • Preços de bovinos e carne bovina aumentam com incertezas sobre abertura de fronteira
  • NOTA: Devido às incertezas com relação à duração das barreiras no comércio de ruminantes e produtos derivados por causa da descoberta de casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) nos Estados Unidos e no Canadá, as previsões para 2005 assumem uma continuação das políticas atualmente em prática envolvendo os parceiros comerciais dos EUA. O atual adiamento da implementação da lei de risco mínimo foi considerado como temporário.

    No mercado de bovinos e carne bovina, a estimativa de produção do primeiro trimestre do ano reduziu devido às condições climáticas desfavoráveis de inverno e ao adiamento da reabertura do comércio de bovinos canadenses de menos de 30 meses de idade, que deveria ocorrer em sete de março. Uma ordem judicial preliminar divulgada em dois de março manteve a fronteira fechada e ordenou que as partes se reunissem com o propósito de fornecer à Corte uma programação proposta para o julgamento.

    As condições úmidas e os estabelecimentos de engorda lamacentos em muitas áreas das Grandes Planícies reduziram a performance dos estabelecimentos de engorda e, conseqüentemente, a comercialização de gados. Os abates no primeiro trimestre também reduziram devido ao adiamento na reabertura da fronteira com o Canadá. As previsões anteriores tinham assumido que a fronteira seria aberta em sete de março com diretrizes de regulamentação adequadas em prática dos dois lados da fronteira para que o comércio econômico se equilibrasse na América do Norte nos próximos 12 meses. Somente as estimativas do primeiro trimestre foram ajustadas devido às incertezas na resolução sobre a ordem judicial preliminar atualmente em prática.

  • Animais em engorda continuam com níveis acima do que os de 2003-04
  • Os estoques de bovinos em engorda em primeiro de fevereiro deste ano nos estabelecimentos de engorda com mais de 1000 cabeças de capacidade estavam 2% acima do que no ano anterior e 6% acima do que há dois anos. As vendas de animais já prontos durante janeiro praticamente não mudaram com relação aos baixos níveis do ano anterior, mas caíram 10% com relação a fevereiro de 2003.

    As colocações em estabelecimentos de engorda aumentaram 7% com relação ao ano anterior à medida que as condições frias e úmidas forçaram um número maior de bovinos em estoque a serem movidos de pequenos pastos. As colocações no primeiro trimestre deverão aumentar de 2% a 3% com relação ao ano anterior; entretanto, as colocações no restante do ano deverão cair abaixo dos níveis do ano anterior devido a um declínio no número de bezerros e a uma maior retenção de novilhas. Mesmo com número moderados de gados de engorda entrando do Canadá para colocação imediata em estabelecimentos de engorda e abate com menos de 30 meses de idade, os estoques nos estabelecimentos de engorda deverão declinar durante 2005, caindo abaixo dos níveis do ano anterior no quarto trimestre e provavelmente durante 2006. Um ritmo lento de comercialização no primeiro trimestre e as maiores colocações durante este período manterão as vendas de animais terminados acima do baixo nível de 2004 até o outono, mesmo com as importações de bovinos canadenses.

    As melhores possibilidades nas pastagens na maioria das áreas, menor estoque de bovinos e os preços quase recorde dos animais deverão estimular a expansão do rebanho e o aumento da retenção de novilhas para cria neste ano. Apesar de as condições de umidade e frio deste inverno terem reduzido a performance nos estabelecimentos de engorda e forçado a entrada de bovinos nestes estabelecimentos prematuramente, essas condições teriam fornecido uma base favorável para as melhores condições de pastagens na maioria das áreas desde o final dos anos noventa.

  • Produção de carne bovina deverá aumentar 4%
  • O abate de bovinos deverá permanecer próximo às baixas cíclicas iniciadas em 2004 e próximo a 5,1 a 5,2 milhões de cabeças, assumindo condições normais de pastagens. A melhoria nas condições de comercialização de bovinos terminados e a abertura da fronteira do Canadá para o abate de animais de menos de 30 meses de idade deverá aumentar a produção de carne bovina em 4% neste ano.

    Os maiores aumentos ano a ano serão no segundo e no terceiro trimestre, com esses aumentos anuais começando a reduzir no quarto trimestre e declinando para níveis menores do que no ano anterior no começo da primavera de 2006 se os estoques de bovinos do Canadá e dos EUA entrarem em equilíbrio com a capacidade de abate. A indústria estará então novamente diante de um estreito número de bovinos abatidos até que os estoques se expandam. Aumentos significantes nos abates não deverão ocorrer até o meio de 2007.

  • Preços de bovinos permanecem próximos a recorde
  • Os preços dos bovinos de engorda vêm registrando altas recordes no trimestre até fevereiro e, com a ordem judicial preliminar contra as importações de bovinos do Canadá e as más condições de alimentos animais resultando em uma inesperada oferta mais escassa, os preços subiram mais severamente. Os preços neste trimestre deverão ficar em média em US$ 80 por 100 libras (US$ 176,37 por 100 quilos) – o recorde do primeiro trimestre do ano anterior foi de US$ 82,16 por 100 libras (US$ 181,13 por 100 quilos).

    As melhores condições de alimentação animal e as maiores vendas de bovinos de engorda juntamente com o aumento no número de bovinos canadenses para abate deverão manter os preços próximos ou menores do que os US$ 80 por 100 quilos no restante do ano, com os menores preços esperados no terceiro trimestre. Os preços deverão atingir uma média de quase US$ 84 por 100 libras (US$ 185,18 por 100 quilos) para o ano, menos do que um dólar abaixo dos altos preços de 2003 (US$ 84,69) e 2004 (US$ 84,75). Os preços começarão a aumentar no quarto trimestre por influência dos bovinos canadenses e do impacto da contínua baixa nos estoques.

  • Preços da carne bovina no varejo permanecerão fortes
  • A escassa oferta de carne bovina, particularmente de carnes com classificações mais altas, pressionou os preços da carne bovina para cima novamente neste inverno. Os preços dos cortes de carne bovina chamados de “Seletos” (Choice) ficaram em média em US$ 4,09 por libra (US$ 9,01 por quilo) em janeiro e deverão permanecer próximos desses níveis até que a performance melhore e/ou a barreira aos bovinos canadenses seja retirada.

    Na semana seguinte à instauração da ordem judicial preliminar em dois de março, os preços de cortes seletos de carne bovina encaixotada aumentaram quase US$ 26,50 por 100 quilos, de US$ 311,73 para US$ 337,44 à medida que os compradores finais competiram por uma reduzida oferta. À medida que o mercado se encaminha para o forte período sazonal pós Páscoa (27 de março), os preços de mercado na primavera poderão aumentar dramaticamente se a situação da oferta permanecer inesperadamente apertada.

    Os fornecimentos per capita de carne bovina deverão aumentar cerca de 0,907 quilos neste ano, irão para 30,844 quilos por pessoa, um pouco acima da oferta do ano de 2002, de 30,708 quilos, antes das barreiras à carne bovina e bovinos do Canadá. A barreira a alguns cortes de carne bovina sem osso foi retirada em agosto de 2003, mas a barreira aos bovinos continua. As barreiras às importações de carne bovina dos EUA continuam, particularmente nos mercados da Ásia. As negociações permanecem em um acordo para exportações de carne bovina ao Japão, mas um acordo final ainda não foi feito.

  • Exportações de carne bovina continuam apresentando lento aumento
  • Os EUA recuperaram o acesso a uma série de mercados de exportação de carne bovina durante o ano de 2004, mas permanecem excluídos de importantes mercados da Ásia. As exportações de carne bovina permanecem muito abaixo dos 1,134 bilhão de quilos registrados em 2003 antes da descoberta de EEB no Estado de Washington em um bovino nascido no Canadá em dezembro deste ano. As exportações ao México continuam aumentando e, apesar das grandes ofertas domésticas, as exportações ao Canadá também continuam aumentando.

    Baixas cíclicas no abate de bovinos e conseqüentemente um grande déficit no fornecimento de carne bovina processada continua atraindo importações recordes de carne bovina, mesmo com as ofertas mundiais ainda estreitas com os EUA e o Canadá de fora dos principais países importadores de carne bovina. As importações norte-americanas de produtos da Austrália, Nova Zelândia e Uruguai permanecem muito grandes e com preços relativamente altos. Esta situação deverá permanecer forte até que os estoques de bovinos dos EUA aumentem por vários anos e o abate de bovinos comece a aumentar.

    Previsões para 2005 – EUA


    1 Em milhões de quilos.
    2 Em quilos.
    3 Os dados de consumo per capita são revisados, incorporando uma nova série de população da Agência de Análises Econômicas do Departamento de comércio, baseado no Censo 2000.
    Fonte: Estimativas de Oferta e Demanda agrícola mundial e materiais de suporte.

    Fonte: Serviço de Pesquisas Econômicas (Economic Research Service – ERS), Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), adaptado por Equipe BeefPoint.

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