Nada de faturamentos acima de R$ 1 milhão. Tampouco, médias superiores a R$ 3 mil. Os remates de primavera realizados até esta semana no Rio Grande do Sul confirmam a expectativa de pecuaristas e leiloeiros após a Expointer: a temporada será de preços baixos, ao gosto do freguês. Tudo por conta do valor do boi gordo (média de R$ 1,55 o quilo), bem abaixo da cotação de 2003 (R$ 1,80) e quase a metade do preço no Uruguai (R$ 3).
Leilões sempre valorizados, como o da GAP Genética e o da Catanduva, ambos exibindo uma reconhecida alta genética, afundaram na expectativa de, pelo menos, venderem toda a oferta. Até agora, sobraram animais nos bretes e faltaram compradores.
O leilão que fugiu à regra foi o Selo Racial, realizado na segunda-feira em Uruguaiana. Todos os 241 bovinos Red Angus e Red Brangus e cavalos Crioulos saíram vendidos da pista. Promovido pela tradicional Cabanha Azul (Uruguaiana) em conjunto com as cabanhas Rincón del Sarandy (Uruguaiana), Corticeira (São Luiz Gonzaga), Cia Azul (Alegrete) e Olhos D’Água (Alegrete), o pregão movimentou R$ 588,3 mil, o segundo melhor em faturamento da temporada até agora. Perde para a GAP Genética, que arrecadou R$ 663,8 mil na sexta-feira, oito de setembro, volume 36,72% inferior ao obtido em 2003 (R$ 1,049 milhão).
“Tanto a GAP quanto a Catanduva mostraram a conhecida qualidade, mas o Selo Racial lavou a nossa alma porque adequou a oferta ao mercado. Cada uma das cinco cabanhas levou para pista os seus 15 melhores exemplares. E o marketing deles foi impecável”, analisa o leiloeiro Marcelo Silva, ainda acreditando que só venderá bem a cabanha que apresentar qualidade e oferecer boas condições de pagamento.
Fonte: Zero Hora/RS (por Jorge Correa), adaptado por Equipe BeefPoint