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Produção brasileira cresce 3,5% em 2003, mas precisa melhorar qualidade

O Brasil deverá produzir 7,34 milhões de toneladas de carne bovina em 2003, contra 7,1 milhões/t no ano passado. Os indicadores de produtividade melhoraram, mas ainda estão longe do ideal. Esta foi a conclusão dos especialistas que participaram do I Seminário Nacional “Produção de Carne Bovina de Qualidade”, na primeira edição do evento, a 24 de outubro, em Mirassol, SP.

“Os desafios da pecuária brasileira, atividade que movimenta R$ 55 bilhões por ano, são proporcionais ao seu tamanho. O mercado externo é promissor. Neste ano, o País assumiu a liderança nas exportações, com vendas de 1,3 milhão de toneladas; a produção de carne bovina avança, tendo crescido 25% na última década, com o respaldo de investimentos em manejo, alimentação, sanidade, genética e gestão das propriedades. Entretanto, o Brasil precisa produzir com qualidade para aproveitar as oportunidades, conquistando cada vez mais clientes externos e valorizando o trabalho dos criadores”, afirmou Constantino Ajimasto Jr., presidente da Associação Brasileira do Novilho Precoce (ABNP), na abertura do evento, na presença de cerca de 250 pecuaristas do interior paulista.

O seminário em Mirassol contou com a presença do engenheiro agrônomo Alcides Torres, da Scot Consultoria, que falou sobre o tamanho do negócio de carne bovina no Brasil e no mundo e as possibilidades de o Brasil ganhar ainda mais importância nesse mercado. “A pecuária representa 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário, emprega 20 milhões de pessoas em toda a cadeia e os 178 milhões do rebanho nacional ocupam 76% dos 330 milhões de hectares disponíveis para produção agropecuária. Se há uma atividade produtiva com potencial de representar bem o Brasil é a pecuária”, ressaltou.

De acordo com Raul Franzolin Neto, professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, da Universidade de São Paulo, Campus Pirassununga, os indicadores pecuários do Brasil ainda não se equiparam aos do Primeiro Mundo, especialmente Estados Unidos e Austrália, mas têm avançado muito, e rapidamente. Segundo ele, é preciso produzir a carne que o consumidor deseja. Nesse sentido, o Brasil desponta como a melhor e maior opção de produção de carne de qualidade, oriunda de animais criados a pasto, alimentando-se de forrageiras. “Os criadores precisam dar atenção especial à nutrição do rebanho. O tipo de alimento é fundamental para o sucesso do negócio”, explicou, dizendo que genética é importante, mas alimentação de boa qualidade é essencial.

O pesquisador Pedro Franklin, da Embrapa Sudeste (São Carlos, SP), concordou com Franzolin, mas ressaltou que a escolha do material genético utilizado faz uma grande diferença. “Tudo decorre do objetivo do projeto pecuário. O produtor tem de ter isso muito claro para fazer as escolhas certas. Em genética, se você erra uma vez, pagará pelo equívoco durante um bom tempo ou gastará muito para recuperar o rumo certo”, explicou Franklin. Para ele, pecuária é o resultado de genética mais ambiente e manejo. “Você pode ter o melhor combustível (nutrição) e mão-de-obra profissional, mas, se não tiver o animal, enfrentará adversidades que podem comprometer seriamente seus planos”, completou.

Andréa Veríssimo, diretora-executiva do Serviço de Informação da Carne (SIC), seguiu a mesma linha de argumentações dos demais palestrantes, defendendo que é preciso obter um produto final que desperte o desejo do consumidor final. Para tanto, em sua opinião, todos os elos da cadeia da pecuária devem trabalhar em conjunto.

O seminário, que ocorrerá em outras 13 cidades de 11 estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Sul, é iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e objetiva levar informações sobre importantes conceitos de produção, especialmente a pequenos e médios produtores.

Fonte: Assessoria de Imprensa da ABNP, adaptado por Equipe BeefPoint

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