A criação de búfalos começa a se firmar como uma alternativa atraente e de custos reduzidos de produção. O Brasil tem hoje cerca de 3 milhões de búfalos, concentrados principalmente na região Norte. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos (ABCB), esse numero apresenta crescimento de 10% ao ano.
“O búfalo tem uma resistência orgânica superior a do bovino. É um animal resistente a doenças infecto-contagiosas, aos parasitas de pele, e por isso não precisa ser pulverizado freqüentemente com remédios. Gasta-se menos com medicamentos”, afirma Pietro Baruselli, diretor-técnico da ABCB.
A demanda no mercado nacional e internacional é crescente. A atenção dos consumidores, antes voltada apenas à mussarela de búfala, passa agora à carne, mais light do que a bovina, e com sabor parecido. Segundo dados da associação, se comparada à de boi, a carne de búfalo apresenta 55% menos calorias, 40% a menos de colesterol e 11% a mais de proteínas. A picanha de búfalo já é encontrada em restaurantes mais caros como carne diferenciada e pode chegar a custar o dobro da bovina.
Apesar de promissora, a produção bubalina nacional não atende à demanda. A dificuldade mais apontada é a falta de organização da cadeia. “O mercado é comprador, aqui e no exterior. Mas não conseguimos ter fluxo de oferta de boa qualidade do que se quer, que é o baby búfalo, o búfalo precoce”, afirma Francisco Veloso, diretor da pequena empresa agropecuária Tapuio, em Taipu (RN).
A falta de estrutura na produção de búfalos e no abastecimento prejudica não só o mercado local mas também as chances imediatas de exportação. Há quatro meses, a ABCB recebe consultas de empresas estrangeiras, principalmente dos Estados Unidos e da França, interessadas na carne e derivados do leite de búfala.
A alternativa que começa a ser efetivada por produtores em várias regiões do País é a organização em cooperativas ou pequenos grupos para trabalhar com uma marca própria ou confinamento comum dos animais. “Onde há organização, o valor pago pela carne de búfalo é até 10% maior que o da bovina. Onde não há, o preço é igual ou 10% menor”, afirma o administrador da Fazenda Santa Eliza, em Dourado (SP), Pietro Baruselli.
fonte: Por Conta Própria (por Gabriela Mascarenhas), adaptado por Equipe BeefPoint