Nos últimos três anos os fabricantes da vacina contra febre aftosa ampliaram em 56,2% sua capacidade de produção. Bayer, Merial, Vallee e Intervet aumentaram sua capacidade para 500 milhões de doses, em relação as 320 milhões de doses de vacinas produzidas em 2000, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).
“A doença tem que ser erradicada da América do Sul até 2009, segundo compromisso firmado com a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). Por isso a demanda só tende a crescer, não só internamente mas também no exterior”, disse o consultor do Sindan, Sebastião Costa Guedes.
No Brasil, o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estima que a doença seja erradicada até 2005. “Mesmo que a doença seja erradicada no Brasil, os fabricantes nacionais poderiam exportar para os outros países que lutam contra a doença, como Uruguai, Paraguai, Bolívia e Venezuela”, afirmou Guedes.
Com isso, o Sindan estima que as exportações brasileiras de vacinas contra a febre aftosa se situem entre 20 milhões e 40 milhões de doses a partir de 2004. “Alguns dos fabricantes são multinacionais que poderiam transformar o Brasil numa plataforma de exportações para a América do Sul”, acredita. Mesmo com a doença erradicada no Brasil, o País precisa manter um estoque estratégico de 50 milhões de doses por ano.
O primeiro passo para a conquista desses novos mercados foi a doação, por parte da indústria, de 500 mil doses da vacina para a Bolívia. A iniciativa tinha dois objetivos: além de mostrar as qualidades do produto, o Brasil contribuiu para proteger sua fronteira contra possíveis focos da doença.
O governo brasileiro também deu sua contribuição, comprando um milhão de doses da vacina que foram doadas para o Paraguai. Mais uma vez o objetivo era proteger as fronteiras brasileiras contra o avanço da doença. “A erradicação da febre aftosa não depende apenas do Brasil. É preciso que os países que fazem fronteira conosco também se livrem da enfermidade”, afirmou o consultor do Sindan.
O programa de erradicação da doença foi contemplado com a maior parte do orçamento da defesa sanitária, que totalizou US$ 1,43 bilhão entre os anos de 1992 e 2002, informou o Mapa.
O preço médio da dose da vacina contra a febre aftosa aumentou 35% no ano passado, em relação a 2001, passando de R$ 0,63 para R$ 0,85. Em dólar, o aumento foi de 7,5%, passando de U$ 0,27 para U$ 0,29 no mesmo período.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Alexandre Inácio), adaptado por Equipe BeefPoint