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Produtor alega não ter culpa pela alta da carne

Se alguém está ganhando com o alto preço dos cortes bovinos na gôndola do supermercado não é o produtor, defende o agropecuarista Ricardo Vinhas. Segundo ele, dados de recente relatório publicado pela Famato, Imea e Acrimat espelha o verdadeiro cenário da pecuária nacional. O custo de produção bovina teve aumento de 87%, de 2003 a 2008, e a elevação no preço da arroba nesse período foi de 82%. "Falam que o grande vilão do preço alto da carne é o pecuarista, o setor primário, e não é isso", afirma.

Se alguém está ganhando com o alto preço dos cortes bovinos na gôndola do supermercado não é o produtor, defende o agropecuarista Ricardo Vinhas. Segundo ele, dados de recente relatório publicado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) e Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) espelha o verdadeiro cenário da pecuária nacional. O custo de produção bovina teve aumento de 87%, de 2003 a 2008, e a elevação no preço da arroba nesse período foi de 82%.

“Falam que o grande vilão do preço alto da carne é o pecuarista, o setor primário, e não é isso”, afirma. Segundo ele, os frigoríficos diminuíram a capacidade de abate para forçar a redução do preço da arroba de R$ 90,00 para R$ 82,00.

Por outro lado, o produtor teve aumento no custo de produção e não tem como reduzir o preço, sob o risco de fechar as porteiras e parar de produzir boi. Vinhas ressalta ainda, que outra informação repassada foi de que houve aumento no consumo da carne no Brasil em 2008, de 0,75%. Mas o dado que chamou a atenção foi a margem bruta do preço ao consumidor final. O preço da carne depois que sai do campo para as gôndolas dos supermercados e açougues tem diferença de 110% a mais no preço.

“Não se sabe qual elo da cadeia produtiva ficou com essa diferença, mas não foi o produtor”, diz. A arroba do boi gordo subiu 71,08%, de fevereiro de 2005 a junho de 2008. Os preços da costela e do coxão duro, justamente a carne de segunda, subiram mais de 100%, neste período.

Nos últimos 14 anos, a arroba do boi gordo teve variação de 228% enquanto alguns itens que compõem o custo de produção do pecuarista tiveram aumento maior, como o salário mínimo (aumento de 641%), o óleo diesel (513%) e energia elétrica (467%). “O pecuarista não está no céu com o atual preço da arroba, mas apenas recupera o custo de produção, dos últimos cinco anos”.

As informações são do Diário Popular/RS.

0 Comments

  1. Bruno Augusto de Oliveira disse:

    Para se colocar carne nas gondolas do mercado não basta apenas abater e resfriar as carnes. Há muitas taxas e obrigações como BPF, RT, despesas extras com funcionários, transporte, encargos de sindicatos, manutenção de todos os equipamentos e outras despesas que acabam espremendo a margem das empresas de carne.

    Não há vilão na cadeia produtiva e sim no governo, cobrando taxas e licenças sempre seguindo na contra mão do crescimento econômico.

  2. Estêvão Domingos de Oliveira disse:

    Calma gente. Quem está ganhando nisso tudo é o governo que arranca de nós 45% do que produzimos e pior, sem o menor esforço.

    Produzir nesse país é um inferno!

  3. Carlos Sant´Ana disse:

    Então a “culpa” do aumento da carne é do produtor?

    Bem, conforme já demonstrado, a carne subiu mais no varejo do que a sua principal matéria-prima, o boi gordo subiu no atacado. O boi magro subiu mais do que o boi gordo. E mesmo assim o consumo aumentou.

    Portanto, existe maior procura e menor oferta. É parte aquele deputado getulista, que desistiu de propor sua revogação quando foi convencido de que se tratava de uma lei do “Doutor Getulio”, ninguém imagina que se possa revogar a lei da oferta e da procura. Ela continua em vigor, malgrados os esforços de trustes de atravessadores e órgãos de comunicação que arriscam sua credibilidade em favor dos frigorÃíficos divulgando falsas notí­cias de iminente reversão de tendências.

  4. Ademir Nelson Lobato de Oliveira disse:

    Certamente quem tem culpa no aumento do preço da carne bovina é o produtor, como ele mesmo afirma na conclusão do informe. caso tenha sido o responsável pelas informações sobre o preço de reajuste da arroba de boi e preços de venda nos pontos, no mínimo errou a leitura dos dados (dados estatísticos do BeefPoint sobre preços da arroba de boi). No ponto de venda (açougue), desde 1998, com a estabilização da moeda, até Agosto de 2007, a carne bovina teve um aumento médio de 30%, subindo bruscamente para a média de 60% atualmente.