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Produtor de Rondônia recebe menos por boi

A concentração dos abates em mãos de poucos industriais e a barreira fiscal têm feito com que Rondônia seja, dentre os estados livre de febre aftosa com vacinação, o que menos remunera o produtor. A afirmação foi feita pelo pecuarista Carlos Terra, presidente da Associação de Criadores do Sul de Rondônia (Acrisur). Segundo ele, onde não opera a livre concorrência, o preço tende a ser favorável àqueles que detêm o poder de mercado, ocasionando vazão de renda para um setor em detrimento de outro.

Uma das maiores queixas dos pecuaristas rondonienses é em relação à diferença do preço da arroba do boi praticado por Rondônia e por Mato Grosso, enquanto o custo operacional da instalação de um frigorífico em um ou outro estado é praticamente o mesmo.

Eles afirmam que desde 1998, o equilíbrio de mercado não é alcançado. Primeiro, em virtude da barreira sanitária, que perdurou até maio de 2003, que impedia a saída de animais vivos para outros estados. Posteriormente, os pecuaristas teriam se deparado com a barreira fiscal, exigindo o pagamento de R$ 104,40 a vista por boi, 12% de ICMS sobre pauta de R$ 870, na saída do estado, onerando um boi de 18 arrobas em R$ 6 por arroba para o pecuarista. “Desta forma, a legislação fiscal concede aos frigoríficos de Rondônia, o direito de adquirir o boi em pé com rebate de preço igual ao valor do imposto, R$ 6/arroba, uma vez que Mato Grosso não reconhece como crédito o imposto pago a Rondônia”, explicou Carlos Terra.

Considerando a oscilação do preço da arroba entre Rondônia e Mato Grosso e o total dos abates locais, o diferencial de preço configura anualmente R$ 75 milhões a menos para a totalidade dos produtores, por força da interferência no funcionamento espontâneo do mercado.

Segundo Terra, remunerando menos, grande parte do excedente produzido pelos cerca de 90 mil produtores do estado continuará vazando de Rondônia. “Não é necessário grande esforço para perceber o prejuízo que esta vazão de renda representa para nossa economia, cuja principal atividade é a pecuária”, afirmou.

Fonte: Folha de Rondônia, adaptado por Equipe BeefPoint

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