Convênio assinado entre o BB e a secretaria de Agricultura vai beneficiar 10 mil produtores
Pequenos produtores rurais mineiros têm à sua disposição, a partir de hoje, linhas de financiamento para melhoria de rebanhos bovinos de corte e leite e aquisição de equipamentos. Dois convênios, firmados ontem entre o Banco do Brasil (BB) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), além de outros parceiros, totalizam R$ 110 milhões e deverão beneficiar cerca de 10 mil pequenas propriedades.
O projeto Organização e Gestão da Pecuária Bovina de Minas Gerais vai concentrar a maior parte dos recursos, R$ 100 milhões, e será destinado a investimentos em aumento de produtividade na pecuária de corte e leite. Já o projeto Instalação de Oficinas Rurais vai disponibilizar R$ 10 milhões para pequenos produtores, com os limites mínimo de R$ 500 e máximo de R$ 5.000.”É uma linha de crédito que vai financiar desde a compra de uma furadeira elétrica a uma roçadeira, direcionada especialmente para a melhoria de infra-estrutura dos microprodutores”, diz o diretor de Agronegócios do BB, Biramar Nunes de Lima. Segundo ele o valor equivale a quase 13% do total destinado ao setor pelo BB em todo o País. “Ao longo do ano, faremos avaliação para ver se é suficiente”, mencionou o diretor.
Dados da Seapa-MG apontam que Minas tem 500 mil propriedades rurais, sendo 410 mil dentro do conceito de agricultura familiar e, destas, 275 mil com menos de 20 hectares. Mas, embora o Programa Organização e Gestão da Pecuária Bovina de MG e o Projeto de Instalação das Oficinas Rurais, objetos dos convênios, devam atingir só 10 mil propriedades, o secretário Paulino Cícero avalia que o dinheiro “vem dentro do perfil de que Minas Gerais precisa”. Ele ressalta que o Estado vem se esforçando para oferecer outros investimentos. “Há financiamentos patrocinados pelo Banco do Nordeste em propriedades na área mineira da Sudene”, exemplifica.
Os produtores interessados devem procurar os escritórios do IMA, da Emater ou Ruralmi em sua cidade, além de sindicatos e cooperativas agropecuárias. Segundo o diretor-geral do IMA, Célio Gomes Floriane, os empréstimos serão feitos com juros de até 8,75% ao ano, carência de até dois anos e prazo de até oito anos para pagamento. Mas Lima lembra que o município também deve aderir formalmente ao projeto. “Minas tem o segundo maior rebanho do País e é o primeiro produtor de leite, com 6,9 bilhões de litros por ano”, ressaltou Floriane. O secretário estadual de Agricultura, Paulino Cícero, disse que o programa se diferencia de outros já existentes por exigir o credenciamento das prefeituras e das associações e cooperativas para a liberação do dinheiro. “Com isso nós estimulamos a própria comunidade agropecuária a cobrar os resultados do dinheiro emprestado, além de fortalecer essas instituições”, disse.
Na mesma solenidade, a Seapa-MG e a Secretaria de Educação lançaram a Campanha Educativa de Valorização do Café e do Leite de Minas, que busca restabelecer o nível de consumo dos produtos, hoje em queda.
Fonte: Hoje em Dia/ MG e Jornal O Tempo/ MG, adaptado por Equipe BeefPoint