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Produtor poderá ser remunerado pela qualidade do couro

O governo vai financiar a estocagem de couro desde que a indústria pague um diferencial pelo produto de melhor qualidade. O voto com a medida será encaminhado amanhã (14) pelo Ministério da Agricultura para o Ministério da Fazenda. Com a nova medida, o governo poderá estudar a extinção da taxação das exportações de wet blue. Uma reunião discutirá o assunto, nesta quinta-feira, com a cadeia produtiva.

A nova linha de crédito, um valor estimado inicialmente em R$ 250 milhões, será analisada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em reunião no dia 27. O Empréstimo do Governo Federal (EGF) terá juros de 8,75% ao ano, com prazo de armazenagem de 90 dias para o couro wet blue e 180 dias para o semi-acabado e o acabado.

O presidente do Centro Brasileiro das Indústrias de Curtumes (CICB), Augusto Sampaio, disse que a estocagem é necessária porque muitas vezes o setor comercializa o produto a preços baixos, pois não está capitalizado. “A intenção é se precaver das oscilações de preço e, com isso, ter mais tempo para dar acabamento ao couro, ou seja, produzir com maior valor agregado”. Segundo ele, a armazenagem de 25% da produção nacional já regularia o mercado. O País deve produzir 35 milhões de couros neste ano.

Só terá direito ao empréstimo a indústria que remunerar o pecuarista pelo produto de melhor qualidade. Técnicos da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande (MS), fizeram um estudo da classificação do couro, conforme a presença ou não de marcas no animal, berne e manchas na pele. A proposta é que o gado que não tenha nenhum defeito em seu couro seja classificado como tipo um e o pecuarista receba R$ 13 pelo animal, além do valor da arroba. Para o tipo 2 seriam pagos R$ 10 e o tipo 3, R$ 6.

“O financiamento vai representar agregação de valor”, afirma Antenor Nogueira, presidente do Fórum Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Na visão do assessor econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Paulo Mustefaga, com o EGF, não haverá mais razão para existir a taxação do wet blue, pois haverá política para agregar valor ao produto. Na reunião de amanhã, o CICB não vai levar uma posição uniforme sobre o assunto, pois algumas indústrias defendem a manutenção da taxação em 9,5% e outras não.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint

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