Defendendo a tese que a exportação de boi vivo enfraquece a cadeia produtiva brasileira, a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos) pediu à Receita Federal a criação de uma taxa para a exportação do gado em pé. Segundo a diretora técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, Eliana Zacca, o problema está na preocupação da indústria com rentabilidade.
Defendendo a tese que a exportação de boi vivo enfraquece a cadeia produtiva brasileira, a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos) pediu à Receita Federal a criação de uma taxa para a exportação do gado em pé.
Segundo a diretora técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, Eliana Zacca, o problema está na preocupação da indústria com rentabilidade. “Há um controle de preços por parte dos frigoríficos sobre a arroba do boi. A alternativa de exportar o animal vivo se contrapõe a isso e os frigoríficos estão preocupados. É só reserva de mercado”, disse.
“No Pará, os frigoríficos controlam não só o preço, mas a escala. Determinam o peso do animal na terminação. O produtor encontrou, na exportação do boi em pé, uma válvula de escape a esse controle”, complementou.
Para o coordenador da Comissão de Bovinocultura da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul, Carlos Roberto Simm, as exportações para o Líbano, interrompidas em 2007 e retomadas no início deste ano, não afetam a indústria nacional. “Eles [importadores] não fazem questão de qualidade e levam terneiros [bezerros] e animais de descarte, produtos que não interessam a frigoríficos brasileiros”, argumentou.
As informações são de José Maschio e Felipe Bächtold, da Folha de S. Paulo.
0 Comments
O questionamento a Abrafrigo é simples.
Como explicar que os importadores de gado em pé para abate, conseguem competir no mercadso da carne, com os frigorífcos exportadores brasileiros (com suas isenções fiscais na exportação) em seus mercados de destino.
Considerando que os importadores tem custos do transporte dos animais vivos e sendo estimados que 40% da carga seja descartada por representar “resíduos” orgânicos (obs.: creio que a diária do aluguel do navio não seja inferior a US$ 50 mil); funcionários, alimentação dos bovinos e operacionais.
Resposta: pelos baixos preços dos bovinos magros adquiridos no Brasil.
Saliento que as importações anuais ainda não ultrapassaram 1% (um) do total “estimado” abatido no Brasil ( 43 milhões de cabeças/ano ).
Resumindo, os frigoríficos brasileiros se acostumaram com altas margens de lucro, graças a imposição de baixos valores da matéria prima. Ao invês de estimularem o desenvolvimento consistente da cadeia produtiva, destacando a renda dos produtores o que viabilizaria novos investimentos, preferem o cômodo caminho de requerer empecilhos legais a exportação.
Ou seja, o entendimento da Abafrigo de mercado globalizado só vale para seus produtos, para a matéria prima pretendem o ninho quentinho da reserva de mercado.
Colegas, atentem ao entendimento de parceria da Abrafrigo com os produtores.
Resalto nosso entendimento de que as exportações de bovinos vivos mantenha-se livre de taxações, sendo regido pelo livre mercado internacional, como forma de estimular uma remuneração mais equilibrada a todos integrantes da cadeia produtiva.
Julio Tatsch – Agropecuarista em Caçapava do Sul – RS ( Pres. licenciado do Sind. Rural de Caçapava do Sul)
Concordo com amigo pecuarista de Caçapava do Sul os frigorificos da regiao sul do Pará tinham grandes margens de lucro, agora chegou finalmente a nossa vez, estamos embarcando para Libano e Venezuela. Em 2007 foi embarcado pelo porto de Belém, quatrocentos e trinta mil cabeças, para 2008 devera dobrar, estamos atentos para que nada venha contra as exportaçoes.
Chega a ser ridículo, atrevido e petulante o pedido de taxação ao boi exportado em pé. É muita cara de pau.
Concordo com o Sr. Julio Tatsch, infelizmente São Paulo ainda não exporta bovinos vivos, pois se fizesse, seria mais uma forma de pressionar os preços por aqui.
Na minha opinião as entidades de classe que nos representam deveriam tomar uma atitude mais contudente contra prospostas deste tipo.
Este tipo de atitude de entidades representantes de frigorificos só demostram que o discurso de fazerem parcerias com produtores é só uma grande balela.
Geraldo Perri Morais – presidente da ABRAPEC – Araçatuba
Em 2003 fomos informados que em junho uma empresa árabe estaria comprando no Uruguai bovinos e ovinos, fomos a montevideo para colher informações porque durante a guerra Irã/Iraque o Uruguai tinha exportado ovinos para o Irã. Em 2003 o preço do terneiro aqui no estado valia R$1,25/kg. Estabelecemos contato geramos a possibilidade de negociar no RS. Mas ficamos espantados porque tinham sidos informados que o gado gaucho era ruim e azebuado, informação obtida de produtores uruguaios.
Dissemos que não, convidamos e em novembro de 2003 vieram a Parto Alegre, visitamos várias propriedades, após estas visitas mudaram de opinião.
Em março de 2004 começaram as compras pagando R$1,60/kg do terneiro e não pararam de comprar. Durante o mês de abril de 2008 pagaram no boi R$2,30 o kg, este preço correspondia ao preço do boi gordo e R$2,90 o terneiro de 180kg.
Esta é a historia, o resto você conhece. O mercado não é de borracha que estica e cabe mais um, portanto os frigorificos farão tudo o que for possivel para trancar esta porteira. No meu estado o panorama pecuário mudou e os produtores começaram a investir na pecuária.
Se observarmos o novo panorama produtivo no nosso pais, veremos que os frigoríficos estão concorrendo não com os produtores de carne, e sim com os ex produtores de carne.
Com a ampliação da área de cana de açucar, soja, milho e agora o eucalipto, as coisas mudaram. Os pecuaristas cansaram de ser refens de poucos frigoríficos ditos exportadores.
Veja no caso do Mato Grosso do Sul agora o gado rastreado tem quase o mesmo o valor do não rastreado, por que isso? Lei da Procura/Oferta.
Mais uns dois anos e veremos um novo cenário na nossa porteira, os pecuaristas estarão mais capitalizados, mais unidos e com novas formas de sobreviver alem do gado.
Um novo cenário se desenha na agropecuária nacional e os frigoríficos terão de se adaptar rapidamente para que suas plantas não trabalhem no ritmo de férias coletivas como estão acostumados.
Parabens a nós pecuaristas que não deixamos a água passar do nivel do pescoço e agora graças ao nosso esforço que não deixamos de investir em tecnologias esse nivel dágua está abaixando e deixando muito produtor em condições de ja nadar de braçada.
Falta colocarmos mais fazendeiros na politica e não politicos nas fazendas.
Com certeza o poder público deve zelar pela integridade da cadeia produtiva da carne, porém o fato que deve ser analisado primeiro é que os frigoríficos de modo geral nunca se preocuparam com os pecuaristas, fazendo todo tipo de manobra para diminuir o valor da arroba, formaram até cartel. Agora que o pecuarista tem uma oportunidade de se liberta os frigoríficos querem criar medidas para novamente prender o produtor.
A classe pecuária deve se mobilizar para evitar que o pecuarista perca a possibilidade de vender mais bem remunerado.
Em 21 e 22 passado, assisti em Castanhal-PA, a exportação de 4.500 cabeças para o Oriente, isto com certeza gera recursos para a região, embora em Bélem houve até queixas pelo odor dos excrementos dos bovinos, nas proximidades das docas. Mas reclamações à parte, sabemos que ao criar um novo emprego na zona Rural (setor primário), são criados 17 empregos nos setores secundários e terciários. Assim deve-se atentar a lojística e ao modal, deste mercado.
Vamos Brasil, adotar powerment da adocracia do boi em pé e deixar de paradigmas e unir-mos em prol deste comodditties. Esta contigência deverá ser salutar, para darmos respostas ao Duping da UE, e realizarmos um cross-selling com os Orientais. O Pará nos ensina, aprendemos pois Brasil.
Se a moda pega, vamos proibir também a expotação da soja em grãos, do milho, do algodão, etc., que também estão deixando de gerar empregos no Brasil. Taxar exportação de boi em pé é defender interesse de cartéis e de um segmento que nunca foi um primor de honestidade.
Durante muitos anos os pecuaristas do Pará sofreram com o menor preço pago pelos seus animais abatidos.
O alto custo da pecuária e o baixo preço praticado pelas indústrias frigoríficas estrangula a pecuária paraense, enquanto os frigoríficos se enrriquecem cada vez mais com seu cartel.
A exportação de gado em pé esta sendo a salvação, e ela não prejudica em nada a cadeia da carne, é apenas mais uma opção para o pecuarista escoar sua produção, e contribui para regular o preço da arroba, não prejudica a criação de empregos, visto que as ampliações e construções de novos frigoríficos não param de crescer no sul e sudeste o Pará.
Temos de ficar de olho e protestar contra qualquer taxa para exportação de gado em pé.