Um painel de especialistas em nutrição recrutado pela administração de Obama para elaborar o novo guia dietético sugeriu na semana passada que o governo deveria considerar o meio-ambiente quando decidir o que as pessoas devem comer. O relatório, que foi apresentado ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), se classifica como uma forma de “transformar o sistema de alimentos”.
“Gerações de criadores e pecuaristas vêm sendo e continuam conscientes com relação à conservação de recursos naturais limitados”, disse o senador Chuck Grassley. “Eles dependem da terra e do meio-ambiente para sobreviver. Esses fatos se perderam em Washington e em argumentos de que comer carne vermelha prejudica o meio-ambiente”.
O relatório, que está aberto para comentário público por 45 dias, será usado pelo governo não somente para determinar o guia dietético, mas também, como base para programas de assistência alimentícia, bem como programas de lanche escolar, estimados em US$ 16 bilhões anualmente.
O Instituto Norte-Americano de Carnes classificou o relatório de “falho” e “sem sentido”.
O médico e pecuarista do Texas, Richard Thorpe, disse que está desapontado com as recomendações e que é “absurdo que o comitê sugira a redução da carne vermelha na dieta americana”. Ele disse que a ciência nutricional está “constantemente se desenvolvendo” e que relatórios como esse podem “absolutamente matar a indústria” e classificou o relatório como um “insulto”.
“Legumes deveriam ser a base da dieta americana?”, disse Thorpe, acrescentando que seria necessário um carrinho de mão cheio de espinafre para obter a mesma quantidade de ferro que uma porção de carne bovina oferece. Ele disse que o ferro encontrado na carne bovina não é igual ao do espinafre e que o ferro da carne bovina é mais absorvível.
De acordo com um estudo de junho de 2014 publicado no jornal Climatic Change, um consumidor de carne médio dos EUA é responsável quase duas vezes mais pelo aquecimento global do que um vegetariano médio e quase o triplo do que um vegan médio. O estudo, da Universidade de Oxford, que estudou 60.000 indivíduos, disse que se uma pessoa cortar o consumo de carne reduz em 35% suas pegadas de carbono; se tornar-se vegan, diminui em 60%.
No entanto, Thorpe diz que existem muitos benefícios de se consumir carne, acrescentando que a administração do Obama está promovendo um tipo de dieta que pode ser prejudicial a algumas pessoas. Ele disse que nas últimas três décadas a indústria reduziu a quantidade de gordura de seus animais. Além disso, ele disse que a ciência do consumo parece conflitante.
A professora da Universidade Tufts, Miriam Nelson, disse que o painel não está dizendo para os americanos se tornarem vegans, mas sim, que comam menos carne. “Precisamos começar a pensar sobre o que é sustentável. Outros países começaram a fazer isso – incluindo sustentabilidade em suas recomendações. Deveríamos fazer isso também”.
Fonte: www.foxnews.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.