Estudo realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) em nove estados, mostra agravante no RS. Apesar do avanço do custo ter sido de 3,98%, o setor amarga queda de 8,45% no preço do boi, observa o técnico do Departamento Econômico da CNA, Paulo Mustefaga.
Os fatores apontados são muitos e se acumulam desde a aftosa, em 2001. Levantamento indica que o RS precisaria vender o quilo do boi a R$ 1,80, mas o preço médio está em R$ 1,40. Figuram entre os problemas, a concorrência do Centro-Oeste, cuja carne ingressa mais barata no varejo, e o bloqueio da venda de gado em pé para Santa Catarina e Uruguai, cita o presidente da Comissão de Agricultura da AL, Jerônimo Goergen (PP). A Secretaria da Fazenda estuda a equalização de incentivos fiscais para que a carne gaúcha ganhe competitividade.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do RS (Sicadergs), Mauro Lopes, lembra outra grave fator: o abate informal. Nesse momento, o excesso de oferta colabora para depressão do preço, avalia o criador Rafael Antônio Saadi, mas ele está convicto: o maior entrave é a desorganização do setor comparado ao varejo e à indústria. “Estamos vendendo mal”.
Com produção em vários municípios, Saadi cita ações como a adotada em 2003, em Alegrete, onde pecuaristas conseguiram elevar preço, fixando piso de venda. Apesar das dificuldades, o criador aposta que a agricultura forte irá triplicar os resultados da pecuária no RS, como nos EUA.
Recuperação
Porém o gado está recuperando o peso perdido durante o inverno. Segundo boletim da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar), as últimas chuvas foram muito boas tanto para os campos como para as pastagens cultivadas, melhorando a oferta de pasto para os animais.
O frio à noite, no entanto, inibe uma brotação mais acentuada das pastagens de verão, prejudicadas desde o início do ciclo, quando o tempo seco dificultou o plantio e o estabelecimento dessas forrageiras e do milho e sorgo para ensilagem. Nos Campos de Cima da Serra, com maior disponibilidade de forragem, 65% das vacas prenhas já pariram.
Fonte: Clic RBS/Agrol, Correio do Povo, adaptado por Equipe BeefPoint