Produtores irlandeses protestam contra carne brasileira

Cerca de 100 produtores irlandeses protestaram do lado de fora dos escritórios da Comissão Européia na quarta-feira acusando a União Européia (UE) por “padrões duplos” de rastreabilidade da carne bovina.

Os produtores reclamam que as evidências coletadas pela Associação de Produtores Rurais da Irlanda (IFA) no Brasil em maio mostram que o país está desconsiderando procedimentos na rastreabilidade de bovinos e que os animais estão recebendo hormônios ilegais. A IFA também afirma que os produtores brasileiros removeram ilegalmente os identificadores dos animais.

O presidente da IFA, Padraig Walshe, acusou a ministra da Agricultura da Irlanda, Mary Coughlan, de estar “ajudando e estimulando” os membros da Comissão Européia a esconder os padrões duplos nas importações de carne bovina brasileira. Ele pediu que a ministra demande proibição total às importações do Brasil, que ele disse não se encaixar nos padrões europeus.

O presidente da IFA Laois (condado da Irlanda), Ger Bergin, disse ao site Ireland.com que os produtores irlandeses estão irritados com os padrões duplos da Comissão Européia e que existem condições de “sub-padrões” de saúde e segurança alimentar no Brasil. Bergin alegou que a delegação da IFA teve “100% de apoio do comitê de agricultura” do Parlamento Europeu para proibir as importações brasileiras no momento.

O diretor da Representação na Irlanda da Comissão Européia, Martin Territt, foi conversar com os produtores que estavam protestando e defendeu a posição da UE negando que esteja sendo aplicado um padrão duplo.

O Comissário Europeu para a Saúde, Markos Kyprianou, disse que as alegações da IFA são baseadas em “interpretação incorreta dos requerimentos da UE para importações de carne bovina”. Ele disse neste mês que seus oficiais estão constantemente monitorando a situação no Brasil e que as decisões sobre as importações de alimentos são baseadas somente na segurança alimentar e proteção da saúde, “independente dos interesses econômicos”.

A Comissão também disse que a IFA não visitou abatedouros, laboratórios ou escritórios veterinários do país.