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Produtores paranaenses são prejudicados por portaria

Empresários paranaenses do setor agropecuário e florestal participam hoje em Brasília de uma reunião com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para tentar reverter uma portaria ministerial que ameaça comprometer a produção de soja, milho, cana de açúcar, pinus e carne em 16 municípios do estado. A portaria no 507, que transforma quatro grandes áreas rurais do Paraná em Unidades de Conservação (UCs), veta a exploração de florestas e plantio de produtos agrícolas nos territórios preservados.

As UCs foram criadas em dezembro do ano passado em Guarapuava, Palmas, Candói e Tuneiras do Oeste, totalizando 647,5 mil hectares. A portaria suspende, dentro delas e em um raio de dez quilômetros no entorno de cada unidade, o plantio de espécies exóticas que não pertençam à Mata Atlântica, nativa do Paraná. Ou seja, a partir da próxima colheita os produtores rurais ficam proibidos de plantar qualquer espécie vegetal, incluindo as lavouras tradicionais de soja, milho, feijão, cana de açúcar, plantar pinus e eucaliptos e ter atividades pecuárias.

A suspensão fica em vigor até que estudos conclusivos e medidas de proteção e recuperação sejam feitos. Enquanto isso, segundo o presidente da Federação da Agricultura do Paraná, Ágide Meneguette, que participa da reunião em Brasília, a agropecuária e a economia desses municípios poderão ser prejudicados. “Ninguém vai cumprir uma portaria absurda como esta”, afirmou.

A safrinha de milho e trigo do Paraná foi iniciada nessas regiões em fevereiro, de acordo com Meneguette, mesmo com a portaria em vigor desde dezembro de 2002. “As áreas reservadas para conservação envolvem produtores rurais que não poderão trabalhar em suas propriedades”, disse.

As áreas com impedimento de cultivo e de atividades consideradas exóticas acabaram sendo estendidas para os municípios vizinhos de Tapejara, Cianorte, Araruna, Cantagalo, Goioxim, Prudentópolis, Turvo, Irati, Inácio Martins, Bituruna, Coronel Domingos Soares e General Carneiro. “As áreas de entorno são em geral maiores que a área da própria unidade de conservação e nelas estão contidas atividades agropastoris, florestais e até mesmo cidades inteiras”, afirma o dirigente.

Segundo ele, os 16 municípios atingidos pela portaria são responsáveis pela produção de 460 mil toneladas de hortifrutigranjeiros, de 3,2 milhões de toneladas de grãos, 6,2 mil toneladas de carne, 23 mil toneladas de sementes e 65,7 milhões de litros de leite.

O objetivo do governo é a preservação das áreas de Mata Atlântica, mas os empresários do setor florestal reclamam que a criação dessas UCs é uma imposição muito radical do executivo federal.

Fonte: Gazeta do Povo/PR (por Deise Campos), adaptado por Equipe BeefPoint

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