As dificuldades impostas pelos bancos na hora da contratação do crédito rural pelos produtores, além da redução das taxas de juros dos financiamentos, foram as principais questões apontadas por 2.735 agropecuaristas de todo o País como prioridades a serem atendidas pelo Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2002/2003 do Governo. O resultado deste levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) foi entregue ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, pelo presidente da CNA, Antônio Ernesto de Salvo, em reunião com lideranças do Sistema CNA e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) para apresentação das principais diretrizes do plano de safra deste ano.
O dado mais expressivo do levantamento feito pelo Projeto Conhecer da CNA, com metodologia aprovada pelo instituto de pesquisa Vox Populi, revela que 93% dos consultados enfrentaram as mesmas dificuldades de acesso ao crédito ou ainda maiores do que aquelas encontradas no momento da contratação de recursos para o custeio e investimentos da safra 2001/2002. Assim, segundo avaliação do Departamento Econômico da CNA, embora 58% dos consultados reconheçam que o Governo vem disponibilizando maior volume de recursos para o crédito rural, os obstáculos impostos pelos agentes financeiros acabam neutralizando as tentativas do Executivo de ampliar os estímulos à produção agropecuária.
Cada produtor apontou pelo menos três providências mais urgentes a serem tomadas pelo Executivo para tornar o plano de safra do Executivo mais adequado às necessidades do setor. Entre os consultados, 87% citaram a redução das taxas de juros como a medida mais urgente, seguida pela desburocratização do acesso ao crédito, tais como a diminuição das garantias exigidas pelos bancos para a liberação dos recursos, apontada por 42% dos produtores. Com 34% das respostas, segue-se a proposta de facilitar a renovação da contratação do crédito rural, para superar os problemas criados pela demora dos bancos na hora de aprovar os novos pedidos de recursos para o custeio da safra, que acaba ameaçando o calendário de plantio das diversas culturas. Logo em seguida, com 33% das respostas, os produtores pedem a continuidade dos programas de investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tais como Moderfrota, Prosolo, Propasto, Proleite, entre outros.
Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), adaptado por Equipe BeefPoint