Uma indústria moderna, que vai reduzir o custo industrial do boi, podendo proporcionar ganhos de até 20% para o produtor. A proposta é exportar cortes de carne diferenciados para mercados específicos e agregar valores dos subprodutos e resíduos ao preço pago ao produtor, que hoje ficam com os frigoríficos. Esse é objetivo do Projeto Carne, da Corol, de Rolândia (PR), apresentado na semana passada para cerca de 80 empresários. No auditório, nomes como o ex-ministro José Eduardo de Andrade Vieira, o presidente da Sociedade Rural, Edson Neme, o industrial e pecuarista José Antônio Fontes e o empresário Wilson Moreira.
Detalhes sobre planta industrial, investimentos, aporte de recursos, mercado, rastreabilidade e gestão da indústria foram discutidos amplamente. Ao final foi formada uma comissão de produtores para acompanhar o andamento do projeto. Os produtores também pediram para a cooperativa agilizar a fase de estudos.
O fato de o futuro empreendimento surgir de uma cooperativa parece transmitir muita confiança aos produtores. Ainda mais que o Projeto Carne tem inspiração em outros projetos integrados, considerados bem sucedidos como os da indústria de sucos e o sucroalcooleiro. A palestra de abertura, do presidente da Corol, Eliseu de Paula, mostrou segurança.
Pelo menos dois pontos, considerados ”premissa básica”, são bem convergentes entre o que pensam diretoria e fornecedores da matéria-prima. A futura indústria tem que visar o mercado internacional. ”Indústria e produtores vão se estruturar para exportação”, propõem. Mercado interno só para excedentes ou em condições negociadas.
O segundo ponto descarta a hipótese de se trabalhar na informalidade. A informalidade que todos querem evitar, na realidade, é o exercício para fugir do fisco, uma prática que não se encaixa quando o objetivo é a exportação, mas que prospera no mercado interno.
Os dados sobre potencial de mercado, rentabilidade e valores que serão agregados à remuneração do produtor foram apresentados pelo gerente da fábrica de rações da Corol, Wellingon Garcia. Foi um ponto forte do encontro porque mostrou a forma profissional como a cadeia carne precisa ser trabalhada.
Em economia sujeita a instabilidade, o mínimo que o produtor tem a fazer é atrelar sua atividade ao dólar, observou o empresário José Antônio Fontes. No setor primário, no Paraná, essas atividades hoje são a produção de soja, a de carne, cana-de-açúcar e citros. ”É questão de sobrevivência,” resumiu Fontes.
Ele acredita no projeto e observa que esse avanço industrial e a comercialização proposta, na realidade, já acontecem há muito tempo em países como Austrália e Canadá.
Fonte: Folha de Londrina/PR, adaptado por Equipe BeefPoint
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Rastreabilidade, Exportação de Carne Bovina, e em sistema cooperativo?
Este Brasil ainda surpreenderá muita gente.
Parabéns à Diretoria da COROL!