A promoção da carne brasileira no exterior ganhou um reforço. Produtores, frigoríficos e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) reuniram-se para dividir os trabalhos do Serviço de Informação da Carne (SIC), que elegeu sua nova diretoria no dia 23. Segundo o pecuarista e presidente recém-empossado, Carlos Viacava, “a idéia é reunir toda a cadeia para encampar um forte trabalho de marketing no exterior e divulgar os benefícios da carne bovina no país”.
Vice-presidente internacional do SIC e atual presidente da Abiec, Marcus Vinícius Pratini de Morais, disse que o Brasil venceu a primeira batalha da guerra no mercado estrangeiro, ao controlar a aftosa e instalar a rastreabilidade, além de conseguir provar que o sistema de produção nacional está livre dos riscos do mal da “vaca louca”. “O que tinha de ser feito aqui foi feito. Precisamos agora mostrar que produzimos a melhor carne do mundo”, aponta.
Segundo Pratini, o país não pode diminuir a pressão em pontos fundamentais, como a vacinação contra a aftosa. Ele comenta que recentemente, num encontro de produtores, um pecuarista, inconformado com os preços pagos pelo mercado, disse que ia fazer “a greve da vacinação”. A frase foi divulgada pela imprensa e em pouco tempo estava nos mercados externos, o que causou transtornos. “Não dá para brincar com um assunto tão sério”, adverte.
O presidente da Abiec também diz ter realizado várias viagens ao exterior a fim de identificar quais os desafios que o SIC terá pela frente. “Precisamos agregar valor ao nosso produto e isso só será possível com campanhas de marketing muito bem elaboradas, em que possamos demonstrar a qualidade do que produzimos”, diz. “Conversei com os principais distribuidores de carne da França e, segundo eles, falta ao Brasil promover melhor a sua carne, porque no quesito qualidade nosso produto foi muito elogiado”.
A criação de marcas de carnes nacionais, como o Nelore Natural ou o Brazilian Angus, foi apontada como prováveis caminhos. A Abiec, até a parceria com o SIC, cuidava das campanhas internacionais para promover a carne brasileira e desenvolveu o conceito de brazilian beef, porém, segundo Pratini, não é o bastante. “O brazilian beef foi muito importante, mas agora precisamos agregar outras qualidades ao conceito do que vendemos”, diz. “E não podemos entrar nessa história de brazilian barbecue. O que fazemos aqui é churrasco e é essa a marca que temos que vender”, defende.
Fonte: O Estado de S.Paulo/Suplemento Agrícola (por Ibiapaba Netto), adaptado por Equipe BeefPoint
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O caminho, realmente é o de expor a qualidade indiscutível, da nossa carne, e desenvolver uma idéia de churrasco, abrindo filiais de churrascarias no exterior, seria uma alternativa muito positiva.
Em contrapartida, estamos vendo sair animais em pé, para serem abatidos fora do nosso país, uma contra-mão irresponsável, aos trabalhos que vêm sendo sistemáticamente tentado, por toda a cadeia da carne.