Basta adequar a fertilidade dos solos, deferirem os pastos e protelar a reposição reguladora da oferta para que haja resposta econômica para o ecossistema pastoril. O reflexo disso ocorreu com o mercado estável, esboçando recuperação de preço no fim do segundo quadrimestre, demonstrando que a política de oferta de bois está correta. Se esta tendência de preço continuar no decorrer do tempo, a bovinocultura terá retorno econômico e voltará a investir nos fatores da produção, melhorando a eficiência da criação a pasto, sem a necessidade de aumentar a lotação e, desta forma, proteger o solo, que depois do homem, da água e da mata é o principal constituinte do meio ambiente.
A onda de ataques à bovinocultura e à carne brasileira, vinda de todos os redutos cinzentos, cria reveses e se reflete no retardamento sistemático da reposição do estoque, protelando a oferta de bois gordos. Isto ocorre como fruto da estratégia criada para contrapor os que amaldiçoam de emboscada, em algaravia e sem fundamento técnico, a pecuária de corte.
O processo posto em marcha desqualificando o produto de modo fulminante, bárbaro e com clareza ímpar na mídia, refreia a oferta; o que, somado à carga tributária imprópria, são indicativos de que a intensificação produtiva redunda sempre em recolher mais impostos e taxas, sem que haja o correspondente retorno econômico. Questiona-se inclusive a relatividade dos preços da carne e do carvão usado no churrasco. A fórmula encontrada, qual seja: a de protelar economicamente a reposição de estoque na recria e na terminação do gado, oportuniza o deferimento da pastagem com reflexos positivos sobre o solo e na produção forrageiras dos pastos. Ressalta-se que, para que não ocorram transtornos econômicos, deve-se manter somente a mão de obra indispensável ao manejo do gado. Enquanto a recuperação e/ou a renovação dos pastos deve ser toda contratada. Deve-se manter o tamanho do plantel e diminuir o grau tecnológico intensificador, especialmente na suplementação e na complementação alimentar, até que ocorra o equilíbrio com a demanda. Com esta providência chega-se ao tamanho ideal do rebanho nacional.
No contexto de insânia, ressalta-se a inexistência de pastagem degradada, mas sim a ocorrência de limitação química do solo sob pastagem de baixa produção forrageira. O que realmente se descortina, quando o solo é adubado, é que a gramínea se transforma em fulgurante agente biológico com efeitos positivos sobre as propriedades físicas do solo, devido ao acréscimo de material orgânico superficial e em profundidade como resultado da deposição da palha não aproveitada no pastejo dos animais e, principalmente, pelo sistema radicular estar em constante renovação. O fenômeno citado aumenta a capacidade produtiva do solo, pelo incremento da vida microbiana dos solos. Infere-se que o pasto implantado sobre solo adubado e com carga animal condizente, se torna fator importante de recomposição dos atributos produtivos dos solos brasileiros. Os efeitos dados pelo enraizamento especial dessa espécie são também úteis para evitar deslizamentos de terra nas encostas e na contenção da erosão dos solos nas beiras dos rios, substituindo, em parte, as matas ciliares nas áreas mais vulneráveis.
Ao se comprovar que o pasto não se degrada, mas em verdade é o solo que diminui a produção de forragem quando ocorre limitação química, surge com força a chamada integração agropecuária, onde a lavoura adubada surge como solução para a recomposição química do solo nesse sistema.
O exemplo do Sul certamente gerará o aumento exponencial da integração em outras regiões, o que, consequentemente, aumentará a oferta de bois para abate, em um dado período do ano.
No andar da carruagem, a pecuária bovina de corte será, no futuro, reconhecida como um agente recuperador dos solos brasileiros quando adubados, atuando inclusive na reciclagem de nutriente do solo, deixando então de ser a vilã para passar a constituir ecossistemas rurais biologicamente renováveis e ativos, associados à agricultura e à silvicultura.
Conclui-se então, que basta adequar a fertilidade dos solos, deferirem os pastos e protelar a reposição reguladora da oferta para que haja resposta econômica para o ecossistema pastoril. O reflexo disso ocorreu com o mercado estável, esboçando recuperação de preço no fim do segundo quadrimestre, demonstrando que a política de oferta de bois está correta. Se esta tendência de preço continuar no decorrer do tempo, a bovinocultura terá retorno econômico e voltará a investir nos fatores da produção, melhorando a eficiência da criação a pasto, sem a necessidade de aumentar a lotação e, desta forma, proteger o solo, que depois do homem, da água e da mata é o principal constituinte do meio ambiente.
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O lucro é a alma de uma atividade economica. Pastos “degradados” são indicador de falta de lucratividade. Ou por inadequação do solo / clima ao uso pretendido ou por preços do produto incompatíveis com os custos de produção mínimos.
Um dia a estupidez será vencida pelo bom senso, é o que acredito. Neste dia, o boi deixará de ser o vilão e as pastagens serão reconhecidas como a forma mais ecológica de utilização do solo, depois da mata virgem. Na Europa dos séculos passados o valor das terras em pecuária eram maiores que as usadas na agricultura. Dizia-se que levava 10 anos para que uma terra agrícola se equiparasse a de pecuária, tempo necessário para que as características físicas do solo se recompusessem. Um solo sob pastagem, apesar do pisoteio, possui densidade inferior (menor compactação) aos submetidos ao arado e grade (agricultura convencional) e teores de matéria orgânica superior a estes.
O dia que as pastagens passarem a ser tratadas como cultura, e devidamente enriquecidas com os nutrientes que lhes faltam, combinando esta prática com o manejo adequado, os bovinos deverão ser reverenciados como agentes protetores do meio ambiente.
Moacyr.
Resposta do autor:
Prezado Moacyr Fiorillo Bogado estão corretas todas tuas afirmativas, em que as gramíneas perenes mesmos as anuais como aveia preta ou milheto, são fortes agentes biológicos na melhoria dos atributos dos solos, quando não houver limitação química. Enquanto o gado pisoteia as gramíneas aumentam agregação dos solos, evitando que ocorra adensamento. Continue assim. Celso
Prezado José Ricardo Skowronek corretíssimo o lucro da atividade econômica depende do mercado e do custo da produção. Qualquer desalinhamento conduz desequilíbrio econômico, que dificultam a adoção dos processos produtivos das variáveis controladas.
Dentre as variáveis controláveis esta a quantidade de oferta bois prontos frente à demanda e a recomposição da fertilidade do solo na produção forrageira.
Controlada essas duas variáveis principais, se adota os demais processos produtivos, entre os quais, o manejo das pastagens, controle sanitário e suplementação alimentar.
Prezado Celso,
Sem dúvida o manejo errado, por exemplo com “superlotação”, pode levar a “degradação” das pastagens.
O que ocorre muitas vezes é que a renda pecuária propiciada pelo “ponto equilibrio”, por razões de mercado, é insuficiente para cobrir os custos de produção da propriedade, incluso ai os custos de sobrevivência do próprio pecuarista. E, sem querer, o pecuarista acaba sendo forçado a “extrair” mais do que poderia fazer de maneira “sustentável”. Como a terra tem uma “reserva de fertilidade” ele “saca” desta “poupança” por necessidade, na esperança de melhora dos preços mais adiante.
Só que muitas vezes os preços não melhoram a tempo do produtor poder “repor” o “saque” feito a descoberto, seja diferindo pastagems seja adubando as mesmas, e a pastagem acaba entrando em processo de degradação. E ai só dá para reverter o processo com capital de fora da atividade, para compra de adubos, etc.
Este processo ocorre algumas vezes por razões climáticas extremas e atípicas, como seca prolongada. Outras vezes por falta de aptidão da área com um nível de fertilidade ou de clime incapaz de produziir carne a um custo competitivo. E outras ainda por falta de conhecimento do pecuarista. Sobrevivem na atividade aqueles capazes de gerenciar estas situações melhor do que a média dos produtores.
Att,
Respostas do leitor:
Prezado José Ricardo Skowronek Resende concordo plenamente, obriga-se muitas vezes a colocar carga animal acima da capacidade de suporte dos pastos, por motivos de exigência de índice de produtividade, econômicas e de sobrevivência, estamos no fio da navalha. Com isso, os solos se degradam nas características química, física e biológica. A baixa produção forrageira ocorre pela limitação química do solo e carga animais inadequada. A forrageira remanescente ainda dá proteção ao solo (erroneamente chamada de pastagem degradada).
Os solos brasileiros em geral têm capacidade de produção de pastagem, para suportar carga animal constante de 0,5 a 0,8 UA/hectare/ano.
Para se preservar a capacidade produtiva, tem-se que usar primeira tecnologia de custo zero. Na criação diminuir as matrizes e aprimorar os índices zootécnicos, deferir os pastos.
Na recria e engorda, da qual trata o artigo em questão deferir (protelar) os pastos (deixar sempre uma ou mais divisão em descanso) para que se recomponha naturalmente, protelando cerca de dois meses a reposição dos estoques e se quiser aumentar a produtividade dos pastos, adubarem, se houver capital para isso. Com isso se espera aumentar a produção de carne e preservar os pastos. No processo não se descarta a suplementação mineral e se for econômico a suplementação e complementação alimentar quer energética, quer protéica.
O mais importante é diminuir o plantel, melhorar os índices zootécnicos como intervalo de parto e outros na criação e deferir os pastos nos demais casos. Produzir segundo a capacidade natural dos pastos sobre solos brasileiros. Depois usar de tecnologia crescente se o mercado não estiver abarrotado de bois.