O Serviço de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, cujo presidente é Bernardo Cané, informou que Qatar e Omã, dois principados do Golfo Pérsico, reabriram seus mercados para importar carnes argentinas e animais vivos produzido no país sul-americano.
Com estes novos mercados já somam 42 os destinos internacionais que a Argentina recuperou desde 1 de fevereiro, após a decisão da União Européia (UE) de retirar as restrições que pesavam sobre o país, devido ao reaparecimento de aftosa no rebanho local, registrado em março de 2001.
Sendo assim, a Direção de Negociações Econômica Bilaterais da chancelaria argentina, em uma nota enviada à Cané, comunicou que as autoridades do Estado de Qatar reabriram seu mercado para a importação de carnes congeladas e animais vivos produzidos na Argentina.
Esta atitude comercial externa reforça as possibilidades da Argentina de voltar a se posicionar no mundo através da colocação não somente de cortes bovinos resfriados, mas também, de embriões e bovinos vivos, devido ao fato de isto representar uma “forte prova de confiança” com relação ao controle sanitário local, segundo o Senasa.
Ao mesmo tempo, o Senasa recebeu uma comunicação do diretor geral do Ministério de Comércio de Omã, Mohammed Nasser Al Shoraigi, informando sobre a reabertura deste mercado às carnes argentinas.
Com o impulso que as importações argentinas de carne receberam com o aumento da cota Hilton, que será válido somente por um período, as vendas externas deste produto estão entre as mais bem posicionadas entre as exportações do país, com perspectivas de melhorar sua performance, devido à paulatina mas incessante reabertura de novos mercados para a carne argentina.
cota Hilton gera polêmica
A distribuição da cota Hilton da Argentina neste ano promete maiores complicações que em outros anos, devido ao aumento de 10 mil toneladas que a cota original autorizada para o país terá para vendas de cortes de carne bovina de alta qualidade e valor para a União Européia (UE).
A polêmica que se aproxima já começou a dar seus primeiros sinais: os potenciais exportadores se opõem categoricamente ao critério de consignação da cota que a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA) está projetando, que realizaria a seleção past performance ou de acordo com o histórico exportador dos estabelecimentos habilitados a exportar.
O fato é que, entre as decisões do governo e a possibilidade de concretizar os embarques da cota (38 mil toneladas de alta qualidade e preço), existe somente um ano, e ninguém quer perder sua participação na divisão da cota.
A cota Hilton representa a “nata” do negócio pecuário anual no que se refere às exportações e, nesta ocasião, promete gerar rendimento de mais de US$ 250 milhões caso se mantenham os valores internacionais da cota, que estão em torno de US$ 5150/5400 por tonelada.
Segundo informado terça-feira através de fontes do secretário da Agricultura argentino, Rafael Delpech, este já projetou um trabalho onde expõe as razões e conveniências do critério distributivo que pretende aplicar no momento da repartição da cota. Este documento, juntamente com o que determina a criação do Instituto de Promoção de Carnes, já foi entregue ao presidente da República do país, Eduardo Duhalde, para que o chefe do Estado dê sua aprovação final ao tema, mediante o decreto que regulamentará sua entrada em vigência.
Com relação à preocupação que os aspirantes a participar da divisão da cota Hilton já manifestaram, vale lembrar que, de cerca de 950 fábricas processadoras, apenas 45 a 50 são exportadoras baseado em uma série de razões rechaçadas pelos potenciais exportadores, mas que seguem vigentes.
Fonte: E-campo e El Diário – Entre Ríos, adaptado por Equipe BeefPoint