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Qual será o preço do #BoiGordo em set-out-nov/12? Veja resultado da pesquisa BeefPoint

Quarta-feira passada, 22/ago, lançamos a pergunta Pesquisa BeefPoint: qual será o preço do boi gordo em set-out-nov de 2012? no BeefPoint para levantarmos como está a previsão para o valor da arroba do boi gordo de nossos leitores, para os meses de set-out-nov/12. Tivemos 374 preenchimentos do formulário, um número que muito nos anima e surpreende. Muito obrigado a todos que participaram! Os resultados foram os seguintes:

Previsão de preço para Setembro/12

As duas faixas de preço com maior número de votos as de R$90 a R$94,99 e a de R$95 a R$99,99. Na primeira, tiveram 146 votos ou 39%; e a segunda recebeu 152 votos, ficando com 41% das respostas. Ou seja, 80% das 374 pessoas acreditam que o boi gordo ficará entre R$90 e R$100/@ no mês de setembro. Interessante que há mais gente apostando no valor acima de R$100, do que abaixo de R$90/@.

Previsão de preço para Outubro/12

Para outubro, tivemos duas faixas de preço que ficaram empatadas quanto ao número de votos. As opções de R$95 a R$99,99 e a de R$100 a R$104,99 receberam cada uma, 132 votos, representando 70% dos 374 votos totais. Conforme este resultado, o sentimento dos leitores é que a arroba do boi gordo ficará entre R$95 e R$105/@ no final do mês de outubro. Perceba que 13% aposta no boi abaixo de R$95/@ no final de outubro e 17% acredita que teremos preços acima de R$ 105/@.

Previsão de preço para Novembro/12

Para o terceiro e último mês da pesquisa, a faixa de preço com o maior número de votos foi a de R$100 a R$104,99, com 137 votos, ou 37% entre os 374. A segunda faixa de preço com mais votos é a de R$105 a R$109,99, com 24% de escolha (89 votos). Ou seja, 61% dos respondentes acredita no preço do boi gordo entre R$100 e R$ 110/@. Cerca de 20% aposta no boi entre R$ 95 e R$100/@, enquanto que 14% espera que a arroba do boi gordo vai valer mais do que R$110 no final de novembro.

Comparando o Indicador Cepea/BM&F do boi gordo à vista em 24/ago (sexta-feira), quando estava a R$91,61, com os contratos futuros negociados na BM&F, percebe-se certa equivalência com os valores indicados pela Pesquisa BeefPoint para cada um dos meses:

– Set/12: R$R$96,94 = +5,82%

– Out/12: R$101,11 = +10,4%

– Nov/12: R$102,50 = +11,9%

Leia os comentários

No formulário de respostas, havia espaço para comentários, leia o que os participantes disseram em relação à sua espectativa para o preço do boi gordo:

AV: Acredito nessa recuperação pela falta de mercadoria pronta para abate, porque pela venda não ocorreria essa recuperação.

LA: Uma vez que o custo de produção se faz crescente, há uma tendência de alta também no preço da @. As principais matérias primas para a alimentação bovina como milho e soja, mostram tendências de alta ainda maior para os próximos meses, e por conta disto, os custos de produção bovina tendem a aumentar, principalmente para os confinadores. Além disto, não podemos deixar de lado o fato da escassez de bois no mercado, isso se dá principalmente pelo aumento no consumo de carne bovina por parte do brasileiro e das exportações, estes dois fatores em conjunto contribuirão muito para que o preço da @ confirme as expectativas do mercado futuro, podendo até, ultrapassá-las. 

MRPF: Muitos confinadores com medo dos custos, diminuíram seus bois confinados, agora com uma possibilidade de aumento do preço do boi para out e nov podem voltar a coloca-los no segundo turno.

AA: Devido a alta nos preços dos cortes de frango e suínos, o boi vai aproveitar a carona e melhorar o rendimento no preço da arroba. 

GCT: Para setembro o boi não deve variar muito, uma vez que tivemos períodos chuvosos bem extensos. Para outubro e novembro acredito em uma pequena alta, mas não muito satisfatória, pois os insumos vão aumentar de preços devido a seca nos Estdos Unidos, mas a oferta de bois confinados será menor que no ano passado, freando um pouco a reação do boi gordo.

EAAM: Aumento do custo de produção na atividade, fim de boi gordo de pasto, diminuição de boi nos confinamentos devido alto preço de milho, soja e aumento de demanda devido proximidade com festejos de natal e fim de ano. 

GARF: Acredito que o pico será novembro e dezembro, pois está previsto início tardio das chuvas na região centro-oeste. 

SCBP: Acredito que com a alta do soja e do milho haverá uma diminuição significativa dos confinamentos gerando assim uma oferta menor de animais prontos para o abate, e também resultando em um preço de diária muito cara nos confinamentos.

RAF: Acredito que pela quantidade de bois confinados, que neste ano e bem menor que ano passado e alta do suino e do frango, os precos podem chegar a esses patamares.

MSM: Aumento das áreas agrícolas sobre o pasto, preço dos grãos imcompatíveis com semi e confinamento, desvalorização do real frente ao dólar, retomada de expotações para antigos clientes e, principalmente a disparidade, nunca antes vista na história desse país, do custo de produção (principalmente funcionários) de carne bovina.

Mauro Nicola: Pouco gado de confinamento, pelos aumentos do soja e milho. Mesmo que aparentemente insignificante as exportações de gado vivo nos navios são consideráveis. Retirada antecipada do gado das pastagens na região sul para antecipação / plantio das lavouras soja (possibilidades). Muito gado ainda não terminado gerando uma oferta menor, mesmo com a chegada do veranico e permanência da seca. Gado do centro oeste saindo da seca. Sem falar na “possibilidade” mesmo que distante de aumento da exportação com abertura de mercado (ex.: Rússia retornando as compras). 

LAF: Sou pecuarista e médico veterinário atuante no sul de Goiás e o cenário atual é de grande desânimo dos confinadores devido a altos custos e baixos preços da @. Além do fato de que a maioria dos bois abatidos atualmente não estão passando muito de 2 dentes, ou seja, estão consumindo animais jovens. As escalas que estavam longas já estão para menos de 1 semana, então não vejo motivo para não ocorrer alta. Os preços do boi goiano base a vista hoje = 83,00R$ + 2,00R$ para o rastreado e a vacas 77,00R$ com 1 a 2 R$ de bônus europa.

MFR: preços devem construir um caminho ascendente até novembro de 2012, e depois começam a baixar. O final do ano não é mais o ápice do preço, hoje por causa dos confinamentos dirigidos a esta época do ano, a tendência em dezembro é dar uma baixada. 

PAF: Setembro: Não vejo uma reação grande devido ao preço do frango ainda com preços baixos. Outubro: Com o aumento do frango deve haver uma pequena reação da carne bovina. Novembro: Não vejo reação significativa porque começa a entrada de boi gordo das pastagens.

RRJ: Devido ao alto custo do confinamento, a maioria dos pecuaristas não vão fechar a segunda etapa, e os bois de pasto vão ficar escassos devido a seca.

FRAC: Se o cenário climático não mudar, deveremos ter uma valorização do boi devido a menos gado confinado (custo alto) e aumento do consumo no final de ano. 

AMDAP: Os frigorificos usam de todos os meios que possuem (confinamento próprio, boi a termo, escalas fictícias) para segurar o preço nos atuais patamares e faturar mais, a cadeia final não repassa as baixas de preço ao consumidor, só as altas. Surge uma esperança no Consecarne, se for bem formulada poderá ser benéfica aos produtores. A união da classe é importante nesse momento e parece que estamos avançando nesta área. Devemos dar todo apoio aos que estão nos representando (Associação de Produtores, Sindicatos, CNA e outras) para que possamos conquistar nossos objetivos.

MRL: Estiagem prolongada; baixa na oferta de animais prontos para abate; elevação dos custos de produção; onde existe usina de álcool é cada vez maior o arrendamento de fazenda de pecuaria para a cana; tendência altista devido ao maior consumo de final de ano. 

FBO: 1) Exportação frouxa em virtude da crise financeira lá fora. 2) As Industrias de carne (Frigoríficos) estão no limite da capacidade de Abate e Preços máximos fornecidos ao Pecuarista. 3) Quase toda a produção de carne (+- 90%) que é produzida aquí, está sendo vendido no mercado interno. 4) Mercado da carne/varejo, está bem abastecido. 5) Consumo de carne per cápita está estagnado e sem perspectiva de alta em virtude do poder aquisitivo do BRASILEIRO que está seriamente comprometido com alto grau de endividamento. Portanto, se os preços acima for mantidos, será uma vitória.

AACRN: A demanda será apenas razoável considerando que a atividade econômica arrefeceu, e haverá um vácuo entre o final do confinamento e o boi de pasto, em função da seca acentuada, especialmente no centro oeste.

FLAG: A alta do boi vai ser realmente no mês de dezembro e janeiro. Muitos pecuaristas venderam gado para mudar de cultura, venderam todo o gado, aqui em Goiás muitos estão alugando a terra para cana ou soja e plantando eucalipto, seringueira, teca, banana, melancia, etc. Em São Paulo estão alugando terra para cana, plantando seringueira, teca, mogno africano, etc. No Mato Grosso do Sul estão alugando o estado para cana. Esse gado vendido não vai repor, vai faltar gado no ano que vem, acredite.

MRP: A seca nos países produtores de carne e concorrentes do Brasil no mercado internacional dará folego as exportações de carne brasileiras, aliado ao aumento do consumo interno no período de final de ano. O aumento do preço da carne de frango não será um entrave para a carne vermelha, aja visto que os preços da proteína branca continuam bem abaixo dos preços da carne vemelha.

MM: As carnes de aves e suínos terão que sofrer fortes correções para viabilizar a cadeia. O alojamento de frangos esta se reduzindo drasticamente o que vai diminuir oferta forçar preços para cima. Muitos suinocultores abandonaram a atividade ou não cobriram matrizes nos últimos 6 meses. Em bovinos, muitos pecuaristas desistiram de confinar e a seca está forte, apesar de tardia. Cenário dramático para proteína animal no final de ano.

ACSQC: Mercado muito manipulado, a engorda de bois está se tornando algo só viável em larga escala e fazendo hedge da posição física. Adicionalmente, se não houver um bom “acerto” com algum frigorífico, mesmo assim o negócio pode surpreender negativamente, na hora do abate.

LFAC: A alta deve acontecer de forma graduada , pela pressão de fêmeas e pela concentração frigorífica, e também devido aos confinadores do primeiro giro segurarem um pouco mais seus animais na expectativa da falta do boi de pasto (outubro). A alta considerável de novembro se deve a debandada do segundo giro dos confinamentos. Na minha visão quem vai lucrar com isso serão os semi-confinadores que trabalham com custos mais atraentes.

RPJ: Terá muito boi de confinamento entrando em outubro e novembro no mercado por isso o preço vai se manter abaixo dos cem reais. 

JLS: Aqui no norte de Minas, apesar de termos um ótimo rebanho não vejo perspectiva de melhora no preço do nosso gado para venda. Está tendo uma leve reação na reposição, pelo qual não entendo, porque os confinamentos estão quase parados por conta da alta dos grãos. 

MB: Frigorífico está confortável, estocado. Choveu bem em junho e julho. Calor está chegando, pastagens irão brotar. Não vejo razão para o mercado ir além dos 95, acho que está muita animação, muita torcida e pouco fato, não tem nada para por os preços além de 95/@. Todo mundo que eu conheço tem gado para vender. 

RC: Já não há tanta vaca para abate como antes e o pecuarista está cada dia mais consciente do seu custo de produção.

Comentário BeefPoint: Muito obrigado a todos que participaram! Essa é uma enquete que teve como objetivo “ler” o sentimento do mercado sobre as perspectivas de preço para o final de setembro, outubro e novembro. Esperamos que os dados e as opiniões te ajudem a tomar uma decisão melhor. No dia 27 de setembro teremos mais um seminário sobre mercado do boi gordo em 2012 e 2013, analisando todos os pontos que influenciam no mercado do boi. Abriremos inscrições essa semana.

3 Comments

  1. Afranio vasconcelos barros disse:

    Muito boa a pesquisa e os resultados bastante coerentes.Que outras pesquisas sejam feitas visando o crescimento do setor.Parabéns aos idealizadores.

  2. CarlosCamargo disse:

    Vcs tem previsão de qto estará a @ em 31/01/2013 em Goiânia ? Abracos !