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Queda na oferta do boi provoca aumento do preço da arroba em GO

Uma brusca queda na oferta de boi gordo fez com que o preço da arroba de carne subisse ontem cerca de 7% no mercado goiano, passando de R$ 41,00 para R$ 43,00. Dos principais frigoríficos do Estado, apenas o Goiás Carne mantinha o preço anterior, mas ainda não conseguira escala para abate amanhã. Outros, como o Friboi e o Bertin, embora pagando a R$ 43,00 a arroba, também admitiam trabalhar com escala curta. O Friboi anunciou que em decorrência da baixa oferta de boi para abate, decidiu interromper provisoriamente as atividades da unidade Brazilian Beef, de Goianira, dando férias coletivas aos seus funcionários.

Segundo José Magno Pato, presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes do Estado de Goiás (Sindicarne), a cotação da carne está dentro das expectativas e a escassez de animais para abate também é um fato compreensível para esta época do ano. Segundo ele, o estoque de bois a pasto já foi comercializado há algum tempo, o semi-confinado está no final e agora, o pecuarista quer um preço melhor para desovar o estoque de animais confinados. Além disso, Pato disse que o pecuarista argumenta que não pode vender a arroba do boi gordo a R$ 42,00, pois só o custo de confinamento é de aproximadamente R$ 2,00 por arroba.

Pato admite que dirigentes de frigoríficos já expressam o temor de que possa estar se iniciando um movimento de especulação com o preço do boi gordo. O principal indício teria sido o desaparecimento do boi do mercado, mesmo depois da expressiva elevação dos preços. Segundo ele, a arroba do boi gordo no mercado futuro era comercializada a R$ 43,00 ou R$ 44,00 para entrega em janeiro, mas ontem já chegou a R$ 46,00 para entrega em outubro.

“Mas quem conhece o setor, sabe que o pecuarista sempre foi assim. Se o preço sobe ele não vende o boi, na esperança de que suba mais ainda. Agora, se houver queda de preço, todo mundo corre para o mercado, temendo um eventual prejuízo.” Ele diz que a cotação atual não é exagerada, mas resta saber de que forma se comportará o consumidor, que sempre tende a responder com redução na demanda. Para ele, caso isso aconteça, os frigoríficos que não estiverem cumprindo contratos de exportação, enfrentarão graves dificuldades. Porém, Pato diz que pode haver uma reversão deste quadro, a partir de novembro, quando chega ao mercado a nova safra de boi de pasto.

Fonte: O Popular (por Edimilson de Souza Lima), adaptado por Equipe BeefPoint

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