O setor de alimentação animal deve crescer 9,6% em 2008, segundo projeção feita pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). Esse aumento na produção de rações foi garantido entre os meses de janeiro e setembro - período em que o volume comercializado superou em 15% o de 2007 -, porque de lá para cá as vendas internas recuaram 2,7%.
O setor de alimentação animal deve crescer 9,6% em 2008, segundo projeção feita pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). Esse aumento na produção de rações foi garantido entre os meses de janeiro e setembro – período em que o volume comercializado superou em 15% o de 2007 -, porque de lá para cá as vendas internas recuaram 2,7%.
De outubro ao que resta de dezembro serão produzidas 15,3 milhões de toneladas de rações ante as 15,77 milhões do ano anterior. O desempenho do segmento de sais minerais no referente período foi ainda pior. As 470 mil toneladas de 2007 caíram para 360 mil no último trimestre deste ano – retração de 23,4% no período, que vai limitar o crescimento da produção em apenas 1,6% em 2008.
Para o diretor-executivo do Sindirações, Ariovaldo Zanni, a relação entre oferta e demanda, até então desnivelada pela escassez de produto e procura desenfreada pelo produtor, estaria agora mais ajustada. “Faltou crédito para financiar novas compras e a atual flutuação do câmbio paralisa as duas pontas da negociação”, pondera Zanni.
A maior parte das 58,69 milhões de toneladas de rações produzidas alimentaram a avicultura brasileira – 55,7%. Demanda impulsionada pelo fluxo de exportações de carne de frango que, até novembro, registrava um crescimento de 10,4% em volume e 43% em receita quando em comparação ao período de 2007. Os suínos foram responsáveis pelo consumo de outras 15,37 milhões de toneladas de ração.
O presidente do Sindirações, Mário Sérgio Cutait, aposta em um crescimento de 5% do setor em 2009. Para ele, a expectativa de consumo de 63 milhões de toneladas de rações será garantida pela demanda mundial por alimentos. “A Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) estima para o próximo ano um crescimento de 4% na produção de alimentos”, justifica Cutait. Para 2010 as projeções do Sindirações são ainda mais otimistas: 70 milhões de toneladas produzidas para abastecer o mercado interno. “A cadeia de alimentação vai passar apenas por uma readequação de estoques”.
Só este ano a produção de rações demandou 30 milhões de toneladas de milho – grão que compõe 70% da fórmula básica da alimentação animal. Mas em 2009 a quantidade de proteína vegetal usada nessa receita pode ficar comprometida por uma safrinha de milho limitada. “Até julho, a oferta de milho vai ser garantida pela safra de verão e pelo estoque de passagem, que deve ficar em 13 milhões de toneladas. Mas vai haver um recuo na produção de milho e isso pode voltar a pressionar os preços”, projeta Zanni.
O Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) prevê que o Estado, responsável por mais da metade do milho safrinha colhida no País, deve reduzir a produção em quase 30%.
A produção brasileira de fosfato bicálcico em 2008 será 12% menor em relação ao ano passado – 815 mil toneladas ante as 927 mil anteriores – , calcula o presidente da Associação Nacional das Indústrias de Fosfato na Alimentação Animal (Andifós), Paulo Roberto Carvalho. A queda foi intensificada pelo segmento de aves e suínos que encolheu 16% no ano. “Mas em 2009 vamos retomar o crescimento e produzir 850 mil toneladas”, ou 4% mais, espera Carvalho.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram), Fernando Penteado Cardoso Filho, acredita que o setor deve se preparar para um mercado “10% menor no próximo ano”.
A matéria é de Gilmara Botelho, publicada na Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.