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Raiva bovina avança no Mato Grosso do Sul e começa a faltar vacina

De janeiro a setembro deste ano, setenta casos de raiva bovina foram diagnosticados laboratorialmente como positivos pela Agência Sanitária de Defesa Animal e Vegetal (Iagro), em Mato Grosso do Sul. O número já representa 75% do total registrado em 2000, quando as mortes ultrapassaram 730 cabeças.

Porém, o grande surto da doença, no Estado de São Paulo, está afetando a venda de vacina, em Mato Grosso do Sul. Um exemplo disso é a distribuidora Soreco Agropecuária Ltda., que não está conseguindo atender a demanda da vacina. “Esta semana vendemos três mil frascos com 50 doses cada. Mas existem, ainda, muitos pedidos. Os próximos três mil frascos que receberemos já estão vendidos. Os laboratórios não estão dando conta de abastecer o mercado, mesmo porque muitos estão tendo seus produtos reprovados”, diz o vendedor Usias Gomes Monteiro.

O animal vacinado pela primeira vez precisa receber uma dose de reforço em 30 dias. Os demais devem ser imunizados apenas uma vez ao ano. A vacina preventiva leva 15 dias para surtir efeito. A raiva é uma doença viral, transmitida por morcegos hematófagos. Nas regiões de Pedro Gomes e Costa Rica, ambas em Mato Grosso do Sul, as equipes de combate à raiva capturaram recentemente 252 morcegos que receberam a pasta vampiricida (veneno). Na colônia, o produto é lambido pelos demais hematófagos, levando-os a morte.

A expectativa é de que, pelo menos, 6,3 mil morcegos sejam exterminados dessa forma nos dois municípios, onde a cobertura vacinal dos 800 mil bovinos é considerada baixa. Como a doença não tem cura, os pecuaristas amargam perdas significativas com a morte do gado.

A estimativa é de que existam cerca de 10 animais contaminados para cada confirmação em laboratório. Em 2000, a raiva bovina foi diagnosticada em 28 municípios do Estado. Este ano, existem casos em pelo menos 20. O desmatamento realizado pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp), para formação do lago da hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera), no rio Paraná, é apontado como uma das causas do deslocamento dos morcegos, segundo o médico veterinário e assessor técnico do Iagro, Osmar Bastos. “Eles ficaram sem habitat e alimento. Por isso se deslocaram para outras regiões, especialmente leitos de rios.”

Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint

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