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21 de fevereiro de 2002

Raiva: número de bovinos mortos chega a 250 cabeças em MG

Agentes do IMA começam a alertar pecuaristas: vacina custa apenas R$ 0,30 a dose

O número de bovinos mortos pela raiva animal em Minas Gerais subiu para 250 cabeças. Ontem, agentes do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) que percorreram propriedades no distrito de Cruzeiro dos Peixotos, adicionaram mais 30 animais às estatísticas de mortes provocadas, provavelmente, por raiva animal. Todos os bovinos apresentaram os sintomas da doença, que é transmitida pelo morcego hematófago. O número de focos da doença também aumentou, passando de 12 propriedades, onde a doença foi identificada, para 20 locais onde há indícios de raiva.

A ação desencadeada ontem no distrito, que fica a pouco mais de 20 quilômetros do centro de Uberlândia, foi acompanhada por agentes do IMA, Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e da Secretaria de Saúde. Além da identificação de focos da doença, os agentes fizeram a captura de morcegos hematófagos. Os produtores e moradores da região, que mantiveram contato com os animais doentes, foram orientados a procurar o centro de saúde para tomar a vacina.

A ação dos agentes ocorreu um dia após o IMA admitir a existência de um surto da doença no rebanho na região. De acordo com dados do instituto, em 2001 foram registrados 356 casos positivos de raiva animal em todo o Estado. Quase 12 mil morcegos hematófagos foram capturados no mesmo ano.

Conscientização

Seis cabeças de gado morreram na propriedade de Mário Segatte Neto. Apesar de reconhecer que a vacina é barata (R$ 0,30 a dose), a vacinação não é feita com freqüência porque há muito tempo a região não sofria com este tipo de problema. “O valor da vacina é insignificante se compararmos a eficiência dela e considerarmos que é a única forma de prevenção contra a raiva”, avalia. “É um prejuízo, entretanto agora todo meu rebanho já foi imunizado e daqui a 20 dias terá o reforço adequado. Este surto ninguém estava esperando”, finaliza.

No entanto, há pelo menos dois anos, especialistas no assunto alertam aos pecuaristas que a raiva animal poderia chegar ao Triângulo Mineiro e que era preciso prevenir. Segundo o veterinário do IMA em Uberlândia, Ronaldo Monte Raso, conscientizar o produtor da necessidade de vacinação do rebanho é a maior dificuldade enfrentada pelo IMA. “Os produtores têm que se conscientizar que a vacinação deve ser feita precocemente e não somente quando aparece um foco da doença na região. Só assim o ataque do morcego não causa nenhum dano”, explicou Raso.

O delegado regional do IMA em Uberlândia, Nivaldo Freitas Silva, pede aos pecuaristas que, além de vacinar o rebanho, comuniquem ao IMA e ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para que seja feita a captura dos morcegos transmissores da doença.

Fonte: Correio de Uberlândia, adaptado por Equipe BeefPoint

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