No trecho percorrido em Mato Grosso, as pastagens também estão em melhores condições do que no ano passado, em virtude do período de seca menos intenso. No norte do Estado, cresce a integração da pecuária com a lavoura - seja para aumentar a rentabilidade com uma segunda cultura ou mesmo na prática de renovação das pastagens.
A pecuária de Mato Grosso vai continuar cedendo área para a prática da agricultura, afirmou o diretor-executivo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Seneri Kernbeis Paludo. O diretor-executivo informou que a produção de carne bovina será mais “tecnificada” no Estado. “O semi-confinamento está crescendo e vai continuar a aumentar. A produtividade por hectare avançará”, ressaltou.
Ele afirmou que já há produtores que alcançam produtividade de 8 arrobas por hectare por ano, com um projeto de pastagem irrigada. A média atual nacional de produtividade está em 3,64 arrobas/hectare/ano. A Famato, juntamente com o Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea-MT), divulgará, na semana que vem, um estudo com 200 produtores, para saber mais detalhes sobre a área que a pecuária está cedendo para a agricultura.
Questionado sobre a concentração das indústrias do setor, Paludo disse que o que está acontecendo ocorreu com grãos há anos. “A diferença é que na pecuária a velocidade é maior, por conta de investimentos do governo, e também porque a cadeia produtiva não estava preparada para esse processo de transformação”, disse. Conforme o diretor, está se trabalhando em uma agenda positiva entre pecuaristas, indústrias e varejo, com oito itens. Dentre eles, a criação de um Conselho Nacional da Carne Bovina (Consebov), para ter mais transparência na formação de preços e a normatização, tipificação e classificação da carcaça.
Mato Grosso é um dos Estados que sofre com o embargo russo, que dura mais de um ano. Paludo informou que, entre os dias 12 e 13 de setembro, a região receberá o embaixador da Rússia no Brasil para conversar sobre uma possível reversão da suspensão comercial de carnes e visitas a alguns frigoríficos do Estado.
O Rally da Pecuária, organizado pelas consultorias Bigma e Agroconsult, passará por nove Estados brasileiros, percorrendo cerca de 40 mil quilômetros, onde estão concentrados 75% do rebanho e 85% da produção de carne bovina do País. Nessa edição, ocorrerão também encontros com produtores, além dos eventos já programados.
A Equipe 2 do Rally da Pecuária percorreu cidades do Pará (Xinguara, São Félix do Xingu, Santana do Araguaia) e Mato Grosso (Querência, Água Boa, Primavera do Leste, Cuiabá), num trecho de cerca de 2,59 mil quilômetros. Até ontem (04), 220 amostras de pastagem foram colhidas e 34 visitas a produtores foram realizadas.
No Pará, a Equipe 2 do Rally encontrou pastagens com boas condições (bom rendimento e volume de massa) mesmo com quase dois meses sem chuvas. Entretanto, havia muitas áreas queimadas ou em chamas – recorrentes para a época, mas mais intensas por conta da velocidade do vento, que está maior em comparação com 2011. Na atividade, os principais desafios dos pecuaristas são questões ambientais e fundiárias.
No trecho percorrido em Mato Grosso, as pastagens também estão em melhores condições do que no ano passado, em virtude do período de seca menos intenso. No norte do Estado, cresce a integração da pecuária com a lavoura – seja para aumentar a rentabilidade com uma segunda cultura ou mesmo na prática de renovação das pastagens. As culturas da agricultura predominantes na região são o milho e a soja. Na atividade, a região do Vale do Araguaia (que se estende do Alto Taquari – divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul até Vila Rica, no sul do Pará) enfrenta a concentração da indústria frigorífica, resultando no menor preço da arroba do boi gordo do País.
Os resultados da expedição deste ano deverão ser divulgados no dia 23 de outubro, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Fonte: Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.