Junho será o prazo para as indústrias exportadoras de carne bovina para a União Européia (UE) adequarem seus procedimentos ao Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), coordenado pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), responsável pelo credenciamento das entidades certificadoras públicas e privadas e a regulamentação, promoção e supervisão do sistema.
Será uma espécie de “carteira de identidade” que permitirá o rastreamento de todos os animais desde o seu nascimento até a mesa do consumidor final.
Embarques para outros destinos terão prazo até o mês de dezembro de 2003 para atender o chamado rastreamento voluntário. Até 2007 todos os produtos de origem bovina destinados aos mercados externo e interno terão que seguir as novas regras estabelecidas.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) estima um custo total de R$ 1 bilhão com o novo sistema até 2007. “Espero que os frigoríficos dividam a conta conosco”, disse Antenor Nogueira, presidente da Comissão de Pecuária de Corte da CNA.
O Sisbov sugere procedimentos para caracterizar origem, estado sanitário, produção e a produtividade da pecuária brasileira, além da segurança dos produtos. Por meio de brincos ou microchips, bois e búfalos nascidos no Brasil ou importados serão identificados, registrados e monitorados individualmente.
Haverá um cadastro das propriedades rurais e o controle do trânsito interno e externo de animais e dos programas de sanidade. “Esse modelo é fundamental para mostrar ao mercado internacional o empenho do Brasil em garantir a sanidade de seus produtos”, anunciou ontem, em Brasília, o ministro Marcus Vinicius Pratini de Moraes para uma platéia formada por empresários, políticos e técnicos do setor.
O documento de identidade de bovinos e bubalinos deverá conter identificação de propriedade de origem, identificação individual do animal, mês de nascimento ou data de ingresso na propriedade, sexo do animal e aptidão, sistema de criação e alimentação, registros da movimentação, comprovação de informação adicional para a certificação e os dados sanitários tanto de vacinação quanto de tratamentos, programas e campanhas sanitárias específicas.
Embrapa certificará carne bovina
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), instituição pioneira na pesquisa de rastreabilidade de bovinos, será a primeira entidade a se transformar em certificadora da carne brasileira.
Ferramentas do rastreamento
A Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS), uma das 41 unidades da Embrapa, vem pesquisando há 5 anos mecanismos de identificação do gado, softwares e outras ferramentas que facilitem a vida do produtor dentro de sua proposta de rastreamento. Ela lançou recentemente um chip que propicia a identificação eletrônica. O chip é um dispositivo eletrônico (transponder) estimulado por ondas eletromagnéticas, que carrega informações captadas por uma antena e vai alimentar um programa de computador (software) que faz o gerenciamento do rebanho. Este sinal é captado também por leitoras manuais similares àquelas encontradas nos supermercados para conferir códigos de barras. A Embrapa já possui mais de 2.500 animais com chip.
Para maiores informações consulte a Embrapa Gado de Corte – www.cnpgc.embrapa.br
Fonte: Valor Econômico (por Mauro Zanatta) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (por Alexandre Campos e Thea Tavares), adaptado por Equipe BeefPoint