Um seminário que reuniu representantes de todos os setores da cadeia da pecuária de corte discutiu, na semana passada, a questão da rastreabilidade da carne bovina. A conclusão do debate foi de que o país ainda tem muito trabalho pela frente para conseguir atender às exigências do mercado internacional.
Segundo os presentes ao seminário da ABC (Associação Brasileira dos Criadores), o país está atrasado no cronograma da rastreabilidade. Países que não tenham um sistema de rastreabilidade confiável serão descredenciados como exportadores. O prazo estipulado pela UE termina no fim de Junho.
De acordo com o diretor de informática da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), Nelson Pineda, o país não será capaz de cumprir o prazo da UE. “O governo demorou bastante para começar a credenciar e agora tem que correr atrás do prejuízo”, diz.
De acordo com o delegado federal de agricultura, Sérgio Jardim, o processo de cadastramento das empresas certificadoras já começou. Ele afirmou, porém, que é preciso conduzir esse cadastramento com muito rigor, o que leva certo tempo. Para Jardim, o Brasil deverá cumprir o prazo da UE, apesar do tempo apertado.
A rastreabilidade, para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, René Dubois, é uma proteção do próprio patrimônio do pecuarista, antes mesmo de uma medida sanitária. Segundo Dubois, ela pode, e deve, ser encarada como técnica de gestão econômica. A partir dos dados recolhidos, diz, é possível adotar práticas que otimizam a produção, identificando, por exemplo, animais que não têm engorda tão eficiente, nos quais não é interessante investir insumos e manejo.
Fonte: Folha de S.Paulo/Agrofolha (por José Sérgio Osse), adaptado por Equipe BeefPoint