Fechamento 11:50 – 30/10/01
30 de outubro de 2001
Aumento no preço das vacinas contra aftosa
1 de novembro de 2001

Rebanho de Pernambuco fica restrito

Pernambuco exporta tecnologia, mas ainda está de porteiras fechadas para comercializar seu rebanho fora do Circuito Nordeste, integrado por sete estados da Região, com exceção de Sergipe e Bahia. O circuito é considerado como área de risco desconhecido em incidência de febre aftosa, impedindo o trânsito de animais para outras regiões do Brasil. O mercado de leilões, que deve movimentar este ano R$ 3,5 milhões no Estado, poderia ampliar em 100% o faturamento, caso as fronteiras fossem liberadas.

Completando 60 anos de história, a Exposição Nordestina de Animais não vive um bom momento. A feira, que já foi considerada a terceira maior do Brasil, vem perdendo posição a cada ano. “Cerca de 15 estados já chegaram a participar do evento, e agora esse número se resume a sete”, lamenta o presidente da Sociedade Nordestina de Criadores (SNC), que organiza a exposição, José Barbosa. Ele explica que pecuaristas de áreas livres de aftosa podem trazer os animais, mas estão proibidos de voltar com eles. “É um risco que ninguém quer correr, porque o fechamento de negócios é imprevisível”, completa Barbosa. A expectativa da exposição, que se estende até domingo, é manter o faturamento do ano passado, movimentando R$ 4 milhões.

O Estado tem hoje cerca de 1,3 milhão de cabeças de gado e 98 mil criadores, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pecuária responde por 36% do PIB pernambucano, perdendo apenas para a cana-de-açúcar. O secretário adjunto da Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária (SPRRA), Gabriel Alves, adianta que, no próximo dia 13, secretários do Nordeste se reúnem em Maceió, com representantes do Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAA) para lançar oficialmente o Circuito Nordeste. O prazo para erradicação da aftosa do MAA para a Região é otimista. O Governo Federal reduziu a meta de 2005 para 2003.

O secretário garante que 60% do cadastramento dos produtores já foi concluído e que a erradicação da aftosa em Pernambuco deve estar alinhada com o combate nos demais estados em área de risco desconhecido. “Investimos cerca de R$ 1,2 milhão/ano na área de defesa agropecuária e estamos criando uma agência para dar mais agilidade à condução do programa de combate à aftosa. Há 45 meses não registramos nenhum caso da doença”, destaca Alves, que também ressalta o trabalho da Secretaria, a qual conta com uma equipe de 150 pessoas para fiscalizar as fronteiras.

Os produtores se queixam que o número é insignificante para fazer o controle adequado e evitar a entrada de animais contaminados. O secretário-adjunto diz que, até agora, Pernambuco não recebeu nenhum repasse do Governo Federal. No ano passado, os recursos somaram R$ 400 mil. Para 2001, a Secretaria é mais otimista, acreditando que R$ 1,5 milhão vão aportar nos cofres da produção rural. O orçamento da SPRRA em 2000 foi de R$ 78 milhões.

Movimentação de capital

A LeiloNorte, terceira maior produtora de leilões do Brasil, espera movimentar R$ 33 milhões com a realização de 120 pregões, este ano, em oito estados nordestinos. Só em Pernambuco, onde a empresa baiana realiza 17 leilões/ano, a idéia é faturar R$ 3,5 milhões. A companhia é responsável pela coordenação de oito dos nove leilões programados para a 60ª Exposição Nordestina de Animais. A expectativa é fechar R$ 1,6 milhão em negócios com as melhores raças de bovinos, caprinos, ovinos e eqüinos. Cerca de 5 mil animais estão na feira.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Adriana Guarda), adaptado por Equipe BeefPoint.

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