O rebanho que está no centro da crise da vaca louca gerada no Canadá apresentou resultado negativo nos testes para a doença, enquanto os inspetores federais do país fizeram planos no domingo de abater mais animais que estão em quarentena.
O principal oficial veterinário do Canadá disse que a investigação está avançando, mas longe de se completar, com mais animais provavelmente sendo destruídos e outras propriedades sendo colocadas em quarentena, após o primeiro caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) registrado no país em uma década.
Os resultados dos testes de 192 animais não mostraram sinais de EEB, o que demonstra um desenvolvimento “animador”, segundo o membro da Agência Canadense de Inspeção de Alimentos, Brian Evans. Entretanto, as descobertas não trazem os investigadores mais próximos de descobrirem a fonte de contaminação, nem de eliminar qualquer possibilidade de outros casos.
O caso foi um golpe para a indústria de carne bovina multibilionária do Canadá que tem sido impedida de entrar em mercados internacionais desde que a doença foi confirmada na terça-feira da semana passada, em uma propriedade rural de Alberta.
Os exportadores de carne bovina estimam que a indústria está perdendo cerca de Cdn$ 11 milhões (US$ 8,01 milhões) por dia sem o acesso a mercados chave, como os Estados Unidos e o Japão. A proibição também abalou a produção de carne bovina do Canadá, à medida que os principais processadores reduziram a produção de suas plantas e começaram a demitir funcionários.
O primeiro-ministro Ralph Klein determinou uma reunião emergencial no gabinete para esta semana em Edmonton, apesar da discussão de uma possível operação de salvamento da indústria não estar na agenda. A ministra da Agricultura, Shirley McClellan, também está agendando encontros com oficiais da indústria pecuária do país.
Os operadores de confinamentos já estão sentindo a pressão, à medida que diariamente eles não podem transportar seus animais aos frigoríficos. “As primeiras duas semanas são controláveis. Depois disso, a situação se torna consideravelmente mais difícil”, disse um confinador.
Outra propriedade rural de Alberta foi colocada em quarentena no domingo, totalizando 17. Destas, doze propriedades rurais estão localizadas em Alberta, duas em Saskatchewan e três em Columbia Britânica. Nesta semana, oficiais esperam os resultados dos testes de EEB de 75 bezerros que nasceram na fazenda Wanham. Eles também irão abater e testar cerca de 70 bovinos de uma fazenda de Saskatchewan, onde as vacas viveram quatro anos imediatamente antes de chegarem na fazenda Wanham, disseram oficiais desta província no domingo.
Além disso, os testes de DNA estão sendo realizados em bovinos de uma propriedade em Baldwinton, Saskatchewan, para tentar determinar se a vaca infectada nasceu neste rebanho. Os investigadores ainda não estão certos sobre onde a vaca nasceu ou a idade dela, mas esquematizaram dois possíveis cenários.
McClellan sugeriu novamente no domingo que um abate em massa de animais em quarentena pode ser necessário para restaurar a confiança pública no sistema de alimentos, apesar de ela prever que alguns rebanhos serão eventualmente liberados da quarentena. “A Agência Canadense de Inspeção de Alimentos (Canadian Food Inspection Agency – CFIA) tem a responsabilidade por isso, então, eles tomarão a decisão”.
Fonte: Calgary Herald (por Lisa Schmidt), adaptado por Equipe BeefPoint