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Rebanho rastreado soma apenas 0,7% do total

A contagem regressiva já começou. Todos os bovinos cujos abates têm como alvo as exportações deverão estar rastreados até dezembro. No entanto, dados extra-oficiais revelados à reportagem do DCI indicam que até agora só 0,7% do rebanho bovino nacional já se encontra rastreado segundo o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov).

Segundo o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, o número de cabeças rastreadas atualmente está em torno de 1,3 milhão de animais. Hoje, o rebanho nacional está avaliado em 180 milhões de cabeças.

A baixa adesão ao programa de certificação por parte dos produtores, segundo Nogueira, deve-se ao fato de que o sistema é voluntário, e muitos pecuaristas estão aguardando a sinalização dos frigoríficos exportadores, ou seja, compras efetivas.

Outro fator apontado por Nogueira para a demora no processo de certificação é a falta de posicionamento dos frigoríficos, que não querem discutir o assunto da rastreabilidade.

O grande impasse do setor é quem pagará a conta referente aos gastos com a rastreabilidade. Em geral, o aumento do custo para os produtores é de aproximadamente R$ 10 por cabeça. Segundo Nogueira, o custo final deveria ser pago pelo importador. “Os países importadores que exigiram a rastreabilidade devem ser responsáveis pelo aumento nos custos e arcar com as despesas.”

Alguns frigoríficos adotaram estratégias para ampliar o número de animais rastreados.

Como incentivo para os pecuaristas e para custear parte dos gastos com a rastreabilidade, os frigoríficos Independência e o Mercosul resolveram, no ano passado, conceder valores extras para a carne rastreada. Na época, o bônus variava de R$ 1 a R$ 2 por arroba.

Sisbov

O Sisbov prevê uma série de procedimentos para caracterizar a origem, o estado sanitário, a produção e a produtividade da pecuária brasileira, além da segurança dos produtos provenientes do setor. Por seu intermédio, é possível identificar, registrar e monitorar individualmente todos os bovinos e bubalinos nascidos no Brasil ou importados. O prazo do Ministério para as propriedades voltadas à produção para o comércio com a União Européia (UE) terminou em junho de 2002.

Uma terceira data, estipulada pelo ministério, vigora até dezembro de 2007 para aqueles que prentendem ingressar no negócio de exportação de carne bovina.

Fonte: Panorama Brasil (por Luciana Villar), adaptado por Equipe BeefPoint

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