A queda dos preços da carne bovina no mercado internacional, que ocorre desde o início do ano, continua afetando a receita de exportação do país. Em outubro, o faturamento com os embarques da proteína caiu 20%, quando comparado ao mesmo período do ano passado, para US$ 982,6 milhões.
Levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) divulgado nesta segunda-feira (13/11) com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostrou, porém, que o volume de vendas externas chegou a 240,95 mil toneladas em outubro, aumento de (+2,94%).
“O grande problema das exportações em 2023 são os preços pagos pelo produto brasileiro pelos importadores”, disse a entidade em nota.
Em outubro de 2022, os preços médios da carne bovina brasileira foram de US$ 5.228 por tonelada. No mês passado, este valor passou para US$ 4.078 por tonelada.
O preço médio acumulado em 2022 foi de US$ 5.727 por tonelada, versus US$ 4.381 no intervalo de janeiro a outubro deste ano. Com isso, a receita acumulada baixou 23% no período, enquanto o volume ficou praticamente estável.
Foram exportadas 1,99 milhão de toneladas neste ano, que renderam ao país divisas de US$ 8,76 bilhões, segundo a Abrafrigo.
A China continua sendo o principal importador da carne bovina brasileira, respondendo por 49% das vendas. No entanto, diminuiu sua participação visto que este percentual estava em 53,1% de janeiro a outubro do ano passado.
A associação ressaltou que a receita com as vendas para a China caiu 32,3% até outubro, e o volume também diminuiu, em 7%.
Mas o país asiático foi o principal responsável pela pressão sobre os preços da proteína do Brasil. Os valores médios da carne importada pelos chineses caíram de US$ 6.621 por tonelada em 2022 para US$ 4.819 neste ano.
Os Estados Unidos, por sua vez, se mantêm como o segundo maior importador da carne bovina brasileira, subindo de uma participação de 8% no total em 2022 para 11,8% até outubro de 2023. O volume adquirido cresceu 49,1%, mas a receita caiu 0,9% ainda devido à redução nos preços globais do produto.
Fonte: Globo Rural.