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Rede de supermercados dos EUA promete “humanizar” tratamento aos animais

A rede de supermercados estadunidense Whole Foods Market, maior distribuidora de alimentos naturais e orgânicos do mundo, anunciou seus planos de tornar-se a primeira grande rede de supermercados a adotar padrões humanizados de tratamento aos animais. Esta medida surgiu depois de quase dois anos de intensa pressão por dois grupos de proteção aos animais que anteriormente acabaram persuadindo gigantes redes de fast food – McDonald’s e Burger King – a melhorar seus padrões de bem-estar animal.

Esta decisão vem em uma época em que o interesse dos consumidores nos direitos dos animais tem aumentado. Isso porque 96% dos norte-americanos disseram que os animais merecem “alguma” proteção contra danos e exploração, de acordo com recente pesquisa do Instituto Gallup. A rede de alimentos naturais, conhecida por seus produtos orgânicos, permitirá que uma terceira parte, independente, seja nomeada para fazer a auditoria dessas mudanças.

A medida dá aos ativistas um impulso para continuar a pressionar as redes Safeway e Kroger sobre os padrões de bem-estar animal – e livra a Whole Foods de potenciais problemas em sua imagem, os quais poderiam prejudicar sua audiência cada vez maior.

No entanto, o diretor executivo do supermercado, John Mackey, insiste que a medida não foi motivada pelo desejo de ser politicamente correto – nem resultou de pressão externa -. “A Whole Foods não responde à coerção”, disse ele, referindo-se a uma rede que tem 147 lojas e contou com vendas de US$ 3,2 bilhões no ano passado. “Nós reavaliamos suas argumentações (dos ativistas) e decidimos que eles estavam basicamente certos”.

Isso poderá levar a um leve aumento dos preços das carnes, disse ele, mas a Whole Foods comunicará claramente aos consumidores o porquê disso.

Os oficias dos dois grupos que lutam pelos direitos dos animais – Voz Internacional dos Vegetarianos aos Animais (Vegetarians International Voice for Animals – VIVA) e Pessoas em prol do Tratamento Ético aos Animais (People for the Ethical Treatment of Animals – PETA) – ficaram satisfeitos com a medida.

“Esta é uma boa notícia aos animais”, disse a diretora da campanha do VIVA-USA – braço estadunidense do grupo britânico -, Lauren Ornelas.

Mackey disse que as novas medidas poderão ser aplicadas até o final de 2004, humanizando o tratamento aos animais antes de serem abatidos. “É horrível o que está acontecendo com os animais da América. Esperamos que isso faça pressão em outros para que mudem suas formas de agir”.

Fonte: USAToday.com (por Bruce Horovitz), adaptado por Equipe Beef Point

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