Os estados do Norte e Nordeste do País que tiverem bom desempenho no combate à febre aftosa poderão receber tratamento diferenciado. O governo estuda a possibilidade de inclusão dos estados que não registrarem focos da doença em outros circuitos, se tiverem relacionamento comercial intenso com eles.
Um dos primeiros beneficiados com a flexibilização de regras do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pode ser Rondônia, que já solicitou ao governo a classificação como livre da doença. Técnicos do ministério estudam a inclusão do estado no Circuito Pecuário Centro-Oeste, devido à proximidade e ao intenso tráfego de animais com Mato Grosso.
Mas o caso de Rondônia já provocou ciúmes nos estados nordestinos, que chegaram a pedir a divisão daquele circuito. Na última sexta-feira (06), o secretário de Defesa Agropecuária, Luís Carlos de Oliveira, reuniu-se em Natal com os secretários de Agricultura de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte para discutir o combate à doença naquela região. Durante o encontro, cogitou-se a divisão do circuito porque nesses quatro estados o programa antiaftosa está mais desenvolvido que nos demais.
Redefinição
“Os estados que avançarem no programa não podem ser prejudicados, ficando para trás por causa de outros”, afirma o presidente do Comissão Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira. De acordo com ele, Oliveira teria garantido que não haveria prejuízo algum.
O diretor do departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Rui Vargas, reconhece que o governo pode redefinir as zonas e isto não iria ferir as regras da Organização Internacional de Epizootias (OIE), que admitem a zonificação, desde que haja controle. Ele cita o caso de Rondônia, que tem uma relação comercial grande com o Centro-Oeste. “Mas se não tiver como desvincular, mesmo com bom desempenho, tem que continuar no circuito”, afirma. Segundo Nogueira, Rondônia está fazendo o inquérito soroepidemiológico e, se não apresentar a doença, o pedido será encaminhado à OIE em novembro.
Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint