O preço da carne bovina no mercado atacadista mantém-se estável desde novembro do ano passado e, ao que tudo indica, será marcado pela calmaria nos próximos 60 dias. Em Goiás, a arroba está cotada entre R$ 43,00 e R$ 44,00, dependendo da região. A oferta é regular e os frigoríficos trabalham com tranqüilidade, formando com facilidade as escalas de abate. A arroba da vaca gorda varia de R$ 40,00 a R$ 41,00.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Goiás, José Magno Pato, argumenta que não há indícios de alta nos preços, primeiro porque a oferta é boa, segundo porque o consumo interno está estabilizado e terceiro porque as exportações estão praticamente paralisadas, pois os contratos firmados no ano passado já foram cumpridos e os países importadores ainda não fizeram novos pedidos para este ano.
De acordo com Magno Pato, as exportações devem ser retomadas com mais força a partir de março, com a chegada da primavera e posteriormente do verão no Hemisfério Norte. A partir daí, poderão ocorrer variações positivas nas cotações da carne, influenciadas pelas vendas ao mercado externo. Quanto ao consumo interno, Magno Pato frisa que não houve nenhum crescimento nos últimos dois anos, pois boa parte da população, sem melhoria do poder aquisitivo, tem migrado para o frango, que é a alternativa protéica mais barata.
Em 2001, o Brasil ampliou significativamente as exportações de carne bovina, com faturamento de US$ 1 bilhão. As perspectivas para 2002 são ainda melhores. É que, além dos mercados já consolidados na Europa e no Oriente Médio, a Rússia surge como grande comprador. Na última semana, o presidente Fernando Henrique Cardoso e técnicos do Ministério da Agricultura visitaram aquele País para intensificar o intercâmbio comercial.
Até agora, a Rússia comprava carnes do Brasil apenas para o segmento industrial. Em dezembro do ano passado, uma missão russa visitou o país e habilitou mais 13 frigoríficos para exportação. A expectativa do secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Márcio Fortes, que integrou a comitiva presidencial, é que as restrições à carne para venda no varejo sejam abolidas. Se isso ocorrer, as exportações brasileiras para a Rússia, que já é grande compradora de carne suína, terão forte incremento.
Fonte: O Popular/ GO, adaptado por Equipe BeefPoint